
Revisão completa dos eventos econômicos e relatórios corporativos do domingo, 23 de novembro de 2025. Cúpula do G20, relatório da Zoom e de empresas-chave dos EUA, Europa, Ásia e Rússia.
Neste domingo, 23 de novembro de 2025, a agenda global se destaca em um cenário relativamente tranquilo de macroestatísticas. O segundo dia da cúpula do G20 na África do Sul chama a atenção dos investidores, em virtude da ausência dos EUA e da discussão de questões-chave da economia mundial. Não há publicações significativas de **eventos econômicos** programadas para hoje, portanto, os relatórios corporativos de grandes empresas se tornam o principal motor das notícias. O foco do calendário corporativo está nos resultados financeiros das empresas americanas (lideradas pela Zoom Video), enquanto os mercados da Europa, Ásia e Rússia se orientam por sinais externos. Os investidores avaliam a combinação dos resultados geopolíticos e dos lançamentos corporativos em preparação para uma nova semana de negociações.
Calendário macroeconômico (BRT)
- Durante o dia – Joanesburgo, África do Sul: segundo (e último) dia da cúpula dos líderes do G20. Discussão sobre a economia global, política climática, problemas de endividamento dos países em desenvolvimento e outros desafios globais.
Cúpula do G20: questões-chave
- Declaração final e medidas de apoio: Os investidores aguardam o comunicado final da cúpula do G20, refletindo a coordenação dos esforços das maiores economias. Decisões sobre a facilitação do alívio da carga da dívida dos países mais pobres ou novas iniciativas de financiamento para desenvolvimento podem aumentar a atratividade dos ativos dos mercados em desenvolvimento.
- Ausência dos EUA na cúpula: Pela primeira vez na história do G20, a reunião ocorre sem a participação plena dos EUA, criando um precedente inusitado. O domínio de outras potências (China, UE, etc.) nas discussões pode redistribuir os focos na agenda global. Os investidores avaliam se a ausência dos EUA diminuirá a eficácia dos acordos ou, ao contrário, fortalecerá a cooperação dos demais participantes.
- Clima e energia: Na pauta, a transição para energia limpa e investimento climático. Se os países do G20 concordarem em aumentar o financiamento de projetos “verdes” ou limitar as emissões, isso pode impactar os mercados de commodities (petróleo, carvão) a longo prazo e aumentar o interesse nas ações de empresas de energia renovável.
Relatórios: antes da abertura (BMO, EUA)
- Ausência de lançamentos significativos: Antes do início do dia de negociações nos EUA, não há grandes relatórios corporativos esperados. Os mercados estarão centrados no contexto geral de notícias – os resultados da cúpula do G20 e as emoções da sessão asiático-europeia. Como não há publicações de macroestatísticas programadas para 23 de novembro, a manhã transcorre em expectativa por eventos mais ativos na segunda-feira.
Relatórios: após o fechamento (AMC, EUA)
- Zoom Video Communications (ZM) – plataforma líder em videoconferências. Foco: taxas de crescimento do número de usuários corporativos e receita de serviços de assinatura em meio à saturação do mercado pós-pandemia. Os investidores esperam previsões atualizadas da gestão sobre a dinâmica da demanda em 2026 e indicadores de rentabilidade, que mostrarão se a Zoom consegue manter a margem à medida que expande os serviços.
- Keysight Technologies (KEYS) – fabricante de equipamentos e software de medição eletrônica (empresa do S&P 500). Indicadores-chave: volume de pedidos das indústrias de telecomunicações e semicondutores (incluindo segmentos 5G e aeroespacial) e dinâmica de margem. Os resultados da Keysight fornecerão uma visão sobre o estado do ciclo de investimento na manufatura de alta tecnologia.
- Agilent Technologies (A) – desenvolvedor de equipamentos de laboratório e diagnóstico (S&P 500). Foco na receita no segmento de serviços biofarmacêuticos e dispositivos analíticos: altas taxas de crescimento sinalizam uma demanda robusta por parte de farmacêuticas e instituições científicas. Os investidores também estão interessados nas previsões da empresa para o próximo ano e nas medidas de otimização de custos que afetam o lucro.
- Symbotic (SYM) – provedor de sistemas robóticos para automação de armazéns (soluções de IA para o varejo). Métricas importantes: expansão do portfólio de pedidos de grandes redes de varejo (Symbotic já colabora com a Walmart, entre outros), aumento da receita e progresso na melhoria da eficiência das tecnologias. Os resultados da Symbotic mostrarão o grau de implementação de robôs de IA nas cadeias de suprimento e o potencial de crescimento do negócio.
Outras regiões e índices: Euro Stoxx 50, Nikkei 225, MOEX
- Euro Stoxx 50 (Europa): Os mercados europeus começam a semana sem novos relatórios de “blue chips” neste domingo. A dinâmica dos índices da Zona do Euro dependerá do contexto externo – os investidores avaliam sinais do G20 e se preparam para a divulgação de indicadores econômicos nos próximos dias. A atenção permanecerá nas taxas EUR/GBP e nos títulos do governo da UE, em um dia sem drivers internos.
- Nikkei 225 (Japão): No Japão, a temporada de relatórios trimestrais está chegando ao fim – a maioria das grandes empresas já divulgou resultados do semestre. Na ausência de novos relatórios, a atenção se volta para a cotação do iene e os comentários dos funcionários do Banco do Japão. Os negócios na Bolsa de Tóquio no início da semana se orientarão pela demanda externa por risco e pela performance da sessão de sexta-feira em Wall Street, uma vez que há poucos gatilhos próprios neste domingo.
- MOEX (Rússia): No mercado russo, continua a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre. Nas últimas semanas de novembro, é tradicionalmente lançada uma série de relatórios de emissores russos – desde empresas de energia até varejistas. O pico da temporada de relatórios corporativos de nove meses ocorre no final de novembro e início de dezembro. O movimento do índice da Bolsa de Moscovo, na ausência de notícias globais hoje, será determinado por histórias corporativas individuais e fatores externos (dinâmica dos preços do petróleo e taxa de câmbio do rublo).
Resultados do dia: o que os investidores devem observar
- Cúpula do G20: As declarações finais dos líderes do G20 e os acordos alcançados (em áreas como clima, assistência a economias em desenvolvimento, regulamentação de mercados) podem definir o tom dos mercados globais no início de uma nova semana. A atenção especial deve ser dada à possível reação das moedas dos países em desenvolvimento e aos preços das commodities, caso sejam anunciadas iniciativas que afetem os fluxos monetários globais.
- Setor tecnológico dos EUA (Zoom e outros): Os resultados financeiros da Zoom Video e de empresas tecnológicas comparáveis após o fechamento das negociações podem desviar o foco dos investidores do macro para fatores corporativos externos. Um forte trimestre e uma previsão positiva da Zoom e de empresas do setor apoiarão o Nasdaq e as ações de crescimento, enquanto decepções aumentarão a cautela e podem provocar realização de lucros em segmentos superaquecidos do mercado de TI.
- Demanda do consumidor e varejo: A semana que se inicia inclui a Sexta-feira Negra (28 de novembro) e o subsequente Segunda-feira Cibernética – dias cruciais de liquidações que mostrarão a real atividade de compra nos EUA e na Europa. Já agora, os mercados podem começar a precificar as expectativas em relação aos resultados das vendas de fim de ano: sinais positivos (crescimento de pedidos online, tráfego nas lojas) apoiarão as ações de varejistas e e-commerce, enquanto uma fraca demanda do consumidor levantará preocupações sobre o estado da economia.
- Mercados da Europa e Ásia na ausência de drivers: Como o domingo não traz novos dados, é importante para os investidores monitorar o sentimento nos mercados futuros e na sessão asiática na segunda-feira de manhã. A falta de drivers claros pode significar flutuações moderadas nos índices, mas qualquer notícia inesperada (geopolítica, declarações de reguladores) pode servir de gatilho para movimentos. Os eventos da próxima semana (como o índice de confiança do consumidor nos EUA na terça-feira e os dados de inflação PCE na quarta-feira) já estão no horizonte e podem manter os participantes do mercado cautelosos em suas ações na segunda-feira.
- Gestão de riscos antes das festividades: Uma sessão encurtada nos EUA devido ao Dia de Ação de Graças está se aproximando, portanto, a liquidez nos mercados diminuirá na segunda metade da semana. Os investidores devem usar este dia calmo para calibrar seus portfólios: determinar níveis-alvo para posições-chave, estabelecer stop-losses e ordens limitadas razoáveis. A baixa volatilidade não exclui picos de preços súbitos em notícias – estar preparados para tais surpresas ajudará a manter os lucros e evitar perdas desnecessárias.