
Novidades do setor de energia e combustíveis em 24 de outubro de 2025 — preços do petróleo e gás, decisões da OPEP+, desenvolvimento de energias renováveis, segurança energética e política de sanções.
Em 24 de outubro de 2025, o setor global de energia e combustíveis continua a enfrentar um intenso confronto geopolítico, mantendo uma relativa estabilidade nos mercados de matérias-primas. O conflito de sanções persiste: o Ocidente amplia as restrições – a União Europeia aprovou um plano gradual para eliminar a importação de gás russo até 2026 e discute um embargo total às importações de petróleo a partir de 2028. Além disso, a Índia, sob pressão de seus parceiros, anunciou sua disposição de reduzir gradualmente as compras de petróleo russo – um movimento que pode redistribuir os fluxos globais de energia.
Ao mesmo tempo, os mercados de matérias-primas mostram uma dinâmica moderadamente tranquila. Os preços do petróleo permanecem próximos a mínimas de vários meses devido ao excesso de oferta esperado até o final do ano: o Brent se mantém acima de US$ 60 por barril (cerca de US$ 62), enquanto o WTI é negociado entre US$ 57 a US$ 59 – aproximadamente 10% mais barato do que um mês atrás. O mercado de gás europeu se aproxima do inverno com reservas recordes de combustível (mais de 95% da capacidade de armazenamento), garantindo um alto nível de segurança energética e restringindo os preços. A transição global para energia renovável ganha força: os investimentos em energias renováveis alcançam recordes, embora os recursos tradicionais – petróleo, gás e carvão – ainda constituam a base do abastecimento energético. Abaixo, apresentamos uma visão geral dos principais eventos e tendências do setor de energia e combustíveis até a presente data.
Mercado de petróleo: excesso de oferta e crescimento incerto dos preços
Os preços globais do petróleo se mantêm em níveis baixos desde o verão, embora nos últimos dias tenha havido uma leve recuperação nas cotações. Após um breve rali em setembro, o mercado voltou a cair – o Brent chegou a cair para US$ 60 por barril. Atualmente, os preços se afastaram um pouco das mínimas: o Brent é negociado em torno de US$ 62. Fatores fundamentais apontam para um aumento do excesso de oferta, embora a tensão geopolítica impeça uma queda ainda maior nos preços, mantendo uma pequena prima de risco.
- Excesso de petróleo. A aliança OPEP+ está aumentando gradualmente a produção (a partir de novembro, cerca de +130 mil barris por dia); ao mesmo tempo, fora do cartel (nos EUA, Brasil, etc.), a produção se aproxima de níveis recordes. Simultaneamente, a demanda global cresce lentamente: a AIE prevê um aumento de apenas ~0,7 milhão de bpd em 2025 (em comparação com mais de 2 milhões em 2023) devido ao desaceleramento das economias e aos efeitos de preços elevados anteriores. Como resultado, as reservas de petróleo no mundo estão aumentando, intensificando a pressão sobre os preços.
- Sanções e redistribuição de fluxos. A pressão de sanções contínua sobre a Rússia cria um fator de incerteza no mercado. Discute-se uma proibição total da compra de petróleo russo e o fortalecimento do controle sobre a exportação "sombra". O importador-chave – a Índia – pode reduzir o importação de petróleo russo sob pressão externa. A perda do mercado indiano aumentaria a pressão sobre as exportações da Rússia, mas o mercado global em geral é capaz de se reconfigurar, redirecionando volumes liberados para outros compradores e mantendo o equilíbrio da oferta.
Assim, o mercado de petróleo continua próximo de um cenário de excesso de oferta. Os preços do Brent e do WTI flutuam em uma faixa estreita, sem obter impulsos para alta ou queda. As empresas petrolíferas e os investidores adotam estratégias cautelosas, considerando o excesso de oferta e os riscos de choques externos.
Mercado de gás: estoques recordes e reorientação das exportações
O mercado de gás se aproxima do inverno em uma condição favorável. Os países da Europa acumularam volumes recordes de gás (acima de 95% da capacidade de armazenamento), garantindo um alto nível de segurança energética para os próximos meses. Os preços do gás na UE são mantidos em níveis moderados – muito abaixo dos níveis de crise de 2022; apenas frios extremos podem provocar um aumento temporário. A União Europeia está gradualmente diminuindo a dependência do gás russo e pretende eliminar totalmente sua importação até 2026. A Rússia, por sua vez, está redirecionando fluxos de exportação para outros mercados, compensando a queda das exportações para a Europa com o aumento das vendas de combustíveis na Ásia e ampliando a exportação de gás natural liquefeito.
- Confiança da Europa. Armazenamentos cheios e redução do consumo criam um sólido estoque de gás para o inverno. A UE aumentou suas compras de GNL dos EUA, Catar e outros países, diversificando as fontes de combustível e reduzindo a dependência das importações da Rússia.
- Mudança de fluxos para o Leste. O gás russo por gasoduto na Europa foi reduzido a um mínimo e substituído por fornecimentos globais de GNL. Ao mesmo tempo, a Gazprom está aumentando a exportação para a China (os volumes pelo gasoduto "Força da Siberia" estão próximos ao máximo) e desenvolvendo novas rotas como "Força da Siberia 2". A Rússia também está expandindo a produção de GNL para direcionar mais gás para mercados amigáveis em troca dos europeus.
Como resultado, o setor de gás entra no inverno sem turbulências significativas. Os altos estoques e a diversificação dos fornecimentos permitem prever que, mesmo com a queda nas temperaturas, a Europa evitará a escassez de combustível. Para a Rússia, a mudança de foco para os mercados asiáticos compensa parcialmente a perda da demanda europeia, embora a reconfiguração completa do setor de gás exija tempo e investimentos.
Setor elétrico: consumo recorde e modernização das redes
O consumo global de eletricidade em 2025 atingirá um máximo histórico (mais de 30 mil TWh). As principais economias – EUA e China – produzem volumes recordes de eletricidade, enquanto em muitos países em desenvolvimento da Ásia, África e Oriente Médio, a demanda cresce rapidamente devido à industrialização e ao aumento da população. Para garantir um fornecimento confiável para tal carga, são necessários investimentos maciços na modernização das redes elétricas e sistemas de armazenamento de energia. Países ao redor do mundo já estão fortalecendo infraestrutura e integrando novas capacidades (incluindo energias renováveis) em seus sistemas energéticos para evitar interrupções no fornecimento de eletricidade.
Energias renováveis: boom de investimentos e dificuldades de crescimento
O setor de energias renováveis continua a ganhar impulso, reforçando a tendência mundial de transição "verde". Em 2025, espera-se um recorde na adição de novas usinas solares e eólicas, favorecido por incentivos estatais em grandes economias. Ao mesmo tempo, o rápido crescimento das energias renováveis enfrenta uma série de desafios, e os recursos energéticos tradicionais ainda permanecem a base da energia mundial.
- Recordes de energia limpa. Cerca de 30% da eletricidade mundial em 2025 será gerada a partir de fontes renováveis – uma participação recorde. Pela primeira vez, a participação da geração solar e eólica ultrapassou a do carvão. Essa situação representa um marco importante para o setor e confirma a aceleração da transição "verde".
- Apoio governamental. Os governos das principais economias incentivam o desenvolvimento das energias renováveis. Na Europa, metas climáticas mais rigorosas estão exigindo um lançamento acelerado de capacidades limpas e a expansão do comércio de créditos de emissão. Nos EUA, existe um amplo programa de subsídios e benefícios fiscais para energia verde. Essas medidas reduzem os custos do setor e atraem investimentos, acelerando a transição para energia limpa.
- Desafios de crescimento. O boom das energias renováveis vem acompanhado de desafios. A alta demanda por equipamentos e matérias-primas aumenta o custo dos componentes, enquanto a integração da geração intermitente exige novos sistemas de armazenamento e capacidades de reserva para equilibrar a rede. A resolução desses problemas é essencial para manter altas taxas de transição "verde" sem comprometer a confiabilidade do fornecimento de energia.
Apesar das dificuldades, as energias renováveis atraem enormes investimentos e se tornaram uma parte integrante do balanço energético mundial. Com a redução de custos tecnológicos, a participação da energia limpa continuará a crescer, e inovações (como baterias de maior capacidade e tecnologias de hidrogênio) abrem novas oportunidades. Para os investidores, o segmento de energias renováveis continua a ser um dos mais dinâmicos, embora na implementação de projetos seja importante considerar os riscos associados – de regulamentares a infraestruturais.
Carvão: demanda na Ásia em meio ao abandono global
Apesar da agenda climática, os países asiáticos continuam a usar carvão ativamente para a geração de eletricidade, sustentando uma alta demanda por esse combustível. Ao mesmo tempo, os países desenvolvidos aceleram o abandono do carvão e o substituem por fontes de energia mais ecológicas.
Mercado de combustíveis da Rússia: estabilização e controle
No outono de 2025, a situação no mercado interno de combustíveis da Rússia melhorou significativamente após uma crise crítica em setembro. O governo tomou medidas rapidamente, e até meados de outubro, a escassez de combustíveis em várias regiões foi eliminada: os preços no atacado de gasolina e diesel caíram de seus picos, e os postos de gasolina independentes retomaram suas operações em todo lugar. No entanto, em áreas remotas, ainda há interrupções, portanto, as autoridades mantêm controle e prolongam a regulamentação estatal no mercado de combustíveis.
Para estabilizar a situação, foi prorrogada a proibição da exportação de gasolina (a exportação de diesel é rigidamente limitada) e mantidas as subsídios para as refinarias por suprimentos ao mercado interno. Também houve um aumento na supervisão dos preços nos postos de gasolina sem intervenção administrativa direta.
As medidas tomadas permitiram rapidamente restaurar a produção e o abastecimento dos postos de gasolina aos níveis pré-crise. As autoridades esperam passar o próximo inverno sem interrupções no fornecimento, mantendo um estado de prontidão elevada caso ocorram novas falhas. Para evitar crises semelhantes no futuro, planeja-se modernizar o sistema de armazenamento e entrega de combustíveis e aumentar a profundidade do refino de petróleo no país.
Resultados e previsões
O setor energético, em geral, demonstra resiliência, mas ainda existem desafios significativos pela frente – especialmente durante o período de inverno. No entanto, as reservas acumuladas e a adaptação das empresas geram esperança de que o setor global de energia e combustíveis atravesse essa fase sem grandes perturbações.