Notícias petróleo e gás e energia 18 de novembro de 2025 — brent em torno de 64 novas sanções da ue gás em mínima

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Notícias petróleo e gás e energia 18 de novembro de 2025
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Notícias atuais do setor de petróleo, gás e energia em 18 de novembro de 2025: preços do petróleo e gás, sanções da UE, produção, exportação, mercado de combustíveis, energia elétrica, fontes de energia renováveis e setor de carvão. Análise para investidores e empresas do setor energético.

A metade de novembro de 2025 apresenta uma dinâmica mista nos mercados globais de energia. Os preços do petróleo estão sob pressão devido à superoferta: as cotações do Brent se mantêm em torno de $64 por barril (WTI – aproximadamente $60), perto dos mínimos dos últimos meses. O crescimento da produção pelos países da OPEP+ e parceiros supera a demanda moderada, resultando em um superávit de petróleo no mercado. Ao mesmo tempo, o mercado europeu de gás experimenta uma calmaria nos preços – os preços no mercado de gás caíram para mínimos de um ano e meio (cerca de $380 por mil metros cúbicos) devido a estoques cheios e condições climáticas amenas. Na Rússia, foram adotadas medidas sem precedentes para estabilizar o mercado interno de combustíveis após o aumento nos preços dos combustíveis durante o verão. No nível geopolítico, a pressão das sanções está aumentando: União Europeia e EUA discutem novas restrições ao setor de exportação de petróleo e gás, embora a implementação enfrente dificuldades. Esta visão abrange as notícias e tendências atuais nos mercados de petróleo e gás, a situação no complexo energético da Rússia, bem como eventos nas indústrias de carvão, energia elétrica e fontes de energia renováveis.

Mercado de petróleo

Em novembro, o mercado de petróleo apresenta uma tendência de baixa. Após uma breve alta na semana passada, os preços voltaram a cair: o Brent se mantém na faixa de $60 a $65 por barril, indicando fraqueza na demanda. Investidores observam que as ofertas globais de petróleo cresceram consideravelmente mais do que a demanda: desde o início do ano, a oferta total foi ampliada em cerca de 6 milhões de barris por dia (principalmente devido ao aumento da produção pelos países da OPEP+), enquanto o crescimento da demanda foi muito mais modesto. Como resultado, os estoques globais de combustíveis estão altos, e o mercado enfrenta um excesso de oferta, pressionando as cotações.

Um fator adicional de incerteza são os riscos em torno da exportação de petróleo russo. No final da semana passada, um ataque de drones interrompeu temporariamente o funcionamento do terminal de petróleo em Novorossiysk, provocando um breve aumento de preços, mas a rápida recuperação das operações aliviou a pressão – já no início da nova semana, o Brent voltou a seguir a tendência de baixa em torno de $64. Assim, mesmo os incidentes geopolíticos atualmente só têm um efeito de curto prazo sobre o mercado, cedendo ao impacto de fatores fundamentais. Os participantes do mercado também avaliam as consequências das sanções: apesar do endurecimento das restrições ocidentais, as exportações da Rússia permanecem estáveis, devido à reorientação para canais alternativos e descontos oferecidos aos compradores.

  • Política da OPEP+: Os exportadores da aliança OPEP+ mantêm seu compromisso com os planos de recuperação gradual da produção, que vêm sendo implementados desde o início do ano. Até o final de 2025, os países reverterão completamente para o mercado a maior parte dos volumes que haviam sido limitados voluntariamente anteriormente. Recentemente, representantes da OPEP+ afirmaram que mantêm a liberdade para futuros ajustes voluntários na produção em 2026 – ou seja, estão prontos para novas reduções de oferta caso a situação do mercado piore (por exemplo, se os preços caírem abaixo de níveis aceitáveis). No entanto, os principais produtores indicam que não apressarão novas reduções na produção se os preços se mantiverem acima de níveis críticos ($50 ou mais).
  • Demanda e estoques: As fracas condições macroeconômicas limitam o crescimento do consumo de petróleo. O desaceleramento da economia chinesa, as altas taxas de juros nos EUA e na Europa e outros fatores restringem a demanda mundial por matérias-primas. No entanto, em segmentos específicos, a demanda permanece estável: a temporada de aquecimento de inverno está começando, apoiando a demanda por produtos derivados de petróleo, enquanto o setor aéreo mundial e o transporte de automóveis apresentam um crescimento gradual. A alta demanda recorde do verão anterior (turismo, transporte rodoviário) impediu que os preços caíssem ainda mais. Contudo, devido ao acúmulo de estoques em regiões-chave (EUA, China, Europa) e ao aumento das exportações de alguns países fornecedores (incluindo Irã e Venezuela), a pressão sobre os preços continua.
  • Geopolítica e sanções: Os riscos globais ainda estão presentes, mas seu impacto sobre os preços é limitado. Conflitos armados e tensões no Oriente Médio criam um prêmio moderado nos preços, mas não resultam em interrupções significativas nos fornecimentos. Países ocidentais continuam a intensificar a pressão das sanções sobre o setor de petróleo russo: a União Europeia aprovou no verão passado uma proibição de importação de produtos derivados de petróleo produzidos a partir de petróleo russo em países terceiros (com algumas exceções), que entrará em vigor em fevereiro de 2026, fechando efetivamente os caminhos de contorno para fornecedores na Europa. Além disso, novas medidas estão sendo discutidas – incluindo a aplicação de restrições a quaisquer refinarias que tenham adquirido petróleo russo nos últimos meses, embora a implementação dessas ideias enfrente dificuldades técnicas e resistência de parte do setor. Por outro lado, a administração dos EUA adotou uma posição mais dura: o presidente Donald Trump expressou disposição para apoiar um projeto de lei que impõe sanções contra países que comércio com a Rússia e ameaçou medidas semelhantes contra o Irã. Embora medidas tão radicais ainda não tenham sido implementadas, a própria retórica aumenta a incerteza de longo prazo para exportadores de petróleo. Entretanto, no momento, o petróleo russo continua encontrando seu caminho nos mercados globais – analistas observam que compradores na Ásia e no Oriente Médio estão absorvendo volumes redirecionados da Europa, mesmo que isso exija descontos adicionais.

Mercado de gás natural

O mercado de gás no outono mantém uma situação relativamente calma. Na Europa, os preços do gás caíram para níveis mínimos em cerca de 18 meses: aproximadamente $370 a $380 por mil metros cúbicos no índice TTF, significativamente abaixo dos picos do inverno passado. Isso se deve a uma combinação de oferta confortável e demanda moderada. Os estoques dos países europeus foram preenchidos de forma recorde e agora permanecem em cerca de 90% de capacidade em meados de novembro, proporcionando um colchão de segurança no início da temporada de aquecimento. O clima ameno na Europa na primeira metade do outono e o aumento da geração a partir de fontes de energia renováveis também reduziram a necessidade de retirar gás dos reservatórios, permitindo que o mercado permaneça estável.

A entrada consistente de gás liquefeito (GNL) tem sido também um fator de estabilidade. Importadores europeus continuam a receber ativamente gás liquefeito de várias fontes – dos EUA e Catar à África e Ásia. Novos projetos de liquefação nos EUA e no Oriente Médio estão expandindo a capacidade global, formando um estoque de oferta. As fornecimentos de gasoduto alternativos continuam: Noruega, Argélia e outros países do Norte da África estão exportando gás para a UE, compensando quase a total interrupção do fornecimento direto da Rússia. O trânsito de gás russo através da Ucrânia está agora em seu nível mínimo, e as entregas pela rota sul (através da Turquia e dos Balcãs) têm volume limitado e atendem apenas às necessidades de alguns estados do Leste Europeu. Coletivamente, a diversificação das fontes permitiu que a Europa superasse o inverno passado sem escassez de combustíveis, e, no momento, o mercado encara o inverno de 2025/26 com uma relativa confiança.

  • Equilíbrio europeu: Graças ao acúmulo antecipado de estoques e à redução do consumo, o equilíbrio do gás europeu parece estável. De acordo com monitoramentos da indústria, no início da temporada de aquecimento, os depósitos subterrâneos de gás na UE estavam quase 95% cheios, superior à média histórica. O consumo de gás na Europa, que diminuiu em 2022-2023 devido à crise energética, estabilizou-se e até mostrou um pequeno crescimento em 2025 (no primeiro semestre, um aumento de 5% ano a ano, graças à recuperação da indústria e ao clima quente). No entanto, o nível atual de demanda continua abaixo do nível pré-crise – empresas estão implementando medidas de eficiência energética, e os lares economizam energia devido aos altos preços anteriores. Isso significa que, mesmo com um crescimento moderado da demanda, os estoques atuais devem ser suficientes para atender aos picos de inverno.
  • Mercado global de GNL: O mercado de gás natural liquefeito continua a desempenhar um papel fundamental em atender às necessidades da Europa e da Ásia. Em 2025, novas capacidades para exportação de GNL estão sendo adicionadas – tanto nos EUA quanto nos países do Golfo Pérsico – o que aumenta o volume de combustível disponível no mercado. A competição entre fornecedores está se intensificando, e os preços spot do GNL permanecem relativamente baixos para esta temporada. Os mercados asiáticos até agora mostram uma demanda equilibrada: no Nordeste da Ásia, os estoques de LNG também foram acumulados, e a ausência de frio extremo no início do inverno não causa saltos de preço. Isso permite que mais petroleiros sejam direcionados para a Europa, se necessário. Ao mesmo tempo, grandes consumidores, como a China, estão assinando contratos de longo prazo para o fornecimento de GNL, preparando o terreno para a estabilidade de preços no futuro.
  • Rússia e novas rotas: A indústria de gás da Rússia continua a reorientar suas exportações para o leste. As entregas de gás por gasoduto para a Europa caíram para mínimos históricos (na verdade, restando apenas através do corredor ucraniano e do Turkish Stream para alguns países), enquanto as exportações para a Ásia aumentam. Em 2025, a Gazprom aumentou o fluxo pelo gasoduto Força da Sibéria para a China para volumes recordes, se aproximando da capacidade projetada para atender à crescente demanda dos consumidores chineses. Paralelamente, a Rússia está desenvolvendo projetos de GNL na plataforma ártica: no final do ano passado, a primeira fase da planta Arctic LNG-2 foi colocada em operação, e em 2025 a nova capacidade está sendo gradualmente adicionada, focando principalmente nos mercados do Sudeste Asiático. Esses passos visam compensar a perda do mercado europeu e garantir carga de trabalho para as empresas de extração. Embora o transporte de gás para novas regiões apresente desafios logísticos e de preços, a Rússia está reforçando sua presença no mercado asiático, fechando contratos de longo prazo com a China, Índia e outros importadores.

Mercado interno de combustíveis da Rússia

Após a crise de verão no mercado interno de combustíveis, a situação está gradualmente se normalizando. Vale lembrar que, no final do verão, os preços dos combustíveis automotivos na Rússia aumentaram drasticamente, alcançando níveis recordes devido à escassez de oferta e ao aumento dos custos de exportação devido ao rublo fraco. Para estabilizar a situação, o governo teve que recorrer a medidas emergenciais drásticas: desde o final de julho, foi introduzida uma proibição temporária à exportação de gasolina e parte das entregas de diesel, com o objetivo de redirecionar o máximo possível para o mercado interno, a fim de abastecer os postos de gasolina. Inicialmente, as restrições se aplicavam a traders e pequenas refinarias, mas depois foram ampliadas – a proibição de exportação de gasolina foi estendida até mesmo aos grandes produtores, e a exportação de diesel fora da União Econômica da Eurásia foi restringida para todos, exceto as próprias empresas petrolíferas, sob condição de controle das entregas internas.

A metade de novembro mostra que as medidas adotadas tiveram um efeito notável. Os preços de atacado de combustíveis na bolsa de São Petersburgo recuaram significativamente dos picos de setembro, e os preços de varejo nos postos de gasolina pararam de subir. De acordo com dados do Rosstat, na primeira metade de novembro, os preços médios da gasolina na Rússia até diminuíram levemente – a primeira queda em mais de um ano. Nas regiões que foram mais afetadas durante o verão (como os estados do sul e a Crimeia), o abastecimento foi normalizado: as interrupções na oferta de gasolina AI-95 e AI-92 foram eliminadas, e os estoques são suficientes para o consumo atual. O governo prorrogou a proibição temporária de exportação de gasolina até 31 de dezembro de 2025, para consolidar a estabilidade do mercado durante o período de outono-inverno. Ao mesmo tempo, as autoridades estão desenvolvendo mecanismos de longo prazo para evitar crises de combustíveis – desde ajustes na fórmula de amortecimento e política de impostos até o incentivo das refinarias de petróleo a aumentar a produção de combustíveis na entressafra.

  • Medidas de emergência: Para superar a crise de combustíveis, as autoridades da RF adotaram uma série de instrumentos. Foi imposta uma proibição total à exportação de gasolina automotiva, e a exportação de diesel e fuelóleo foi substancialmente limitada. As empresas petrolíferas são instruídas a garantir primeiramente as necessidades do mercado interno. Além disso, os minímos de venda de combustíveis através da bolsa foram aumentados, a fim de que pequenos atacadistas e postos de gasolina independentes tivessem acesso aos recursos. Essas medidas foram acompanhadas por acordos com grandes refinarias sobre o aumento do processamento de petróleo e das entregas ao mercado interno, especialmente para regiões remotas com escassez de combustíveis.
  • Estabilização do mercado: Já em outubro e novembro, a tendência mudou – a alta de preços foi interrompida. As cotações de mercado da gasolina Regular-92 e Premium-95 caíram dezenas de porcento em relação aos máximos de setembro. Seguindo o exemplo do atacado, os preços nos postos de gasolina também começaram a estabilizar-se: em diversas regiões, foi registrado um barateamento da gasolina de 10 a 30 copeques por litro. Redes de postos de gasolina relatam disponibilidade suficiente de combustíveis, eliminação de filas e retorno da demanda a níveis normais. Assim, o mercado interno de combustíveis entrou no inverno em um estado equilibrado, sem sinais de escassez.
  • Perspectivas e regulação: As limitações sem precedentes à exportação de combustíveis são temporárias. O embargo à exportação de gasolina está oficialmente em vigor até o final de 2025, e o governo decidirá sobre sua prorrogação ou revogação, levando em conta a situação. Paralelamente, estão sendo discutidas medidas de longo prazo: pode haver a introdução de uma tarifa de exportação sobre produtos derivados de petróleo, que atuaria de forma automática para conter as exportações durante períodos de alta nos preços mundiais; melhorias no mecanismo de compensação de empresas petrolíferas para torná-las mais vantajosas para fornecer ao mercado interno; aumento das reservas de combustíveis em tanques petrolíferos estatais. A modernização das refinarias e a logística de fornecimento para regions remotas também estão em foco, a fim de eliminar interrupções locais. Os participantes do mercado do setor energético esperam que a combinação de incentivos de mercado e controle estatal possa prevenir uma repetição da crise na próxima primavera e verão.

Política governamental e cooperação

As autoridades russas continuam a implementação da estratégia energética de longo prazo, adaptando o complexo energético às novas realidades de pressão sancionatória e transição energética global. Em 2025, a ênfase está no apoio ao setor de petróleo e gás por meio de incentivos de investimento e na expansão da cooperação com países amigos. Apesar das restrições externas, o governo busca garantir o desenvolvimento sustentável do setor e a entrada em novos mercados.

  • Incentivos fiscais para o setor: O governo da RF está atualmente finalizando a preparação de um pacote de medidas destinadas a aliviar a carga tributária sobre empresas de petróleo e gás e a estimular a exploração de novos campos. Entre as medidas discutidas está a ampliação da aplicação do imposto sobre receita adicional (NDA) a novos projetos de extração de petróleo e gás, a prorrogação de isenções do imposto sobre a extração de recursos minerais (NDTU) para campos de difícil acesso e esgotados, bem como a redução temporária das tarifas de exportação sobre matérias-primas para projetos em regiões prioritárias. Espera-se que essas isenções entrem em vigor em 2026 e ajudem as empresas do setor a sustentarem os investimentos, mesmo em condições de sanções e acesso limitado ao capital externo.
  • Diversificação e novos projetos: Uma das metas estratégicas é a diversificação do setor energético. O governo promove o desenvolvimento de novos segmentos – desde a produção de gás natural liquefeito (GNL) e da petroquímica até a energia a hidrogênio e a fabricação de equipamentos para energia renovável. Em 2025, o financiamento de infraestrutura para aumentar as exportações de GNL (construção de terminais no Extremo Oriente e Norte) continuou, assim como projetos de extração de metais raros e componentes necessários para tecnologias de fontes renováveis. Simultaneamente, a Rússia investe em suas próprias tecnologias de extração e processamento para reduzir a dependência de equipamentos e serviços importados. Essa reorientação visa aumentar a resiliência do setor energético diante de restrições externas e aumentar a competitividade no mercado global de recursos energéticos.
  • Cooperação internacional: Diante da limitação da interação com a Europa, a Rússia está ativamente fortalecendo os laços energéticos com parceiros na Ásia, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Ao longo do ano, novos acordos de fornecimento de petróleo e produtos derivados de petróleo foram assinados com vários países: a Índia continua a aumentar suas compras de petróleo russo em bases de longo prazo, a China está aumentando a importação de gás e participa do financiamento de grandes projetos (como a construção de complexos petroquímicos no território da Rússia), e os países do Golfo Pérsico investem em projetos conjuntos de extração. Além disso, a Rússia e os países da OPEP+ mantêm uma coordenação estreita: consultas regulares com a Arábia Saudita e outros participantes permitem gerenciar o mercado de petróleo em conjunto. Essas parcerias ajudam o setor energético russo a redirecionar fluxos de recursos energéticos, buscar novos mercados e compensar receitas perdidas do mercado europeu.
  • Riscos de sanções: Apesar dos esforços realizados, os riscos externos não desapareceram. Como já mencionado, os países ocidentais estão considerando a possibilidade de endurecer ainda mais as sanções sobre a exportação de energia da Rússia. Até agora, os EUA e a UE atuam com cautela, temendo desestabilizar o mercado global de recursos energéticos com ações precipitadas – assim, segundo estimativas de especialistas, Washington provavelmente não adotará sanções diretas contra o GNL russo, pelo menos até o final da década, para não provocar uma escassez de gás entre os aliados. No entanto, a retórica de certos políticos permanece dura, o que cria incerteza. Empresas russas são forçadas a considerar cenários de implementação de chamadas sanções secundárias, direcionadas a compradores de petróleo e gás russos em países terceiros. Tal desenvolvimento exigirá uma reconfiguração ainda mais profunda da logística de exportação e pode impactar novos contratos de longo prazo. Nessas condições, o governo russo está focado na rápida formação de sua própria infraestrutura (frota de petroleiros, seguros, serviços) para garantir a exportação ininterrupta, mesmo em caso de um agravamento adicional do ambiente externo.

Setor de carvão

Para a indústria de carvão da Rússia, 2025 se mostra complicada. Após o aumento de preços de 2021-2022, o mercado global de carvão entrou em um período de queda, e neste ano as cotações permaneceram relativamente baixas, o que reduziu acentuadamente a lucratividade da exportação para as empresas russas. A dura concorrência na direção asiática e as limitações sanitárias na Europa fizeram com que uma parte significativa das empresas de mineração de carvão na Rússia enfrentasse dificuldades financeiras. Muitas minas estão reduzindo a produção, e várias empresas estão à beira da interrupção da produção. De acordo com o Ministério da Energia, em 2024, os prejuízos acumulados das empresas de carvão da RF superaram 110 bilhões de rublos, e a tendência negativa continua no ano atual.

No entanto, o setor tenta se adaptar às novas condições, reorientando as exportações e reduzindo custos. A exportação de carvão russo está gradualmente se voltando para a Ásia, onde há uma demanda certa por matéria-prima de preços competitivos da Rússia. Embora o mercado europeu esteja efetivamente fechado para a Rússia, os produtores de carvão locais estão ativos na busca de compradores na China, Índia, Turquia e outros países. A situação no mercado global melhorou um pouco para os fornecedores até o final do ano: a aproximação do inverno e a redução da produção em algumas regiões (por exemplo, na China devido a medidas de segurança e ambientais) levaram a um leve aumento nos preços do carvão energético. No entanto, o nível atual de preços ainda não é alto o suficiente para garantir a rentabilidade da maioria dos projetos russos, especialmente com o aumento da logística.

  • Redução da produção: No maior região de mineração de carvão da Rússia – Kuzbass – a produção continua a declinar. Nos primeiros nove meses de 2025, a produção de carvão na região de Kemerovo, estima-se, diminuiu cerca de 5 a 6% em comparação com o período equivalente do ano passado. Muitas empresas foram forçadas a fechar suas capacidades não rentáveis, especialmente em cortes remotos e minas com altos custos. As remessas de exportação também flutuam: em outubro de 2025, as exportações de carvão russo para o exterior caíram 1% em relação ao mês anterior, para 17,3 milhões de toneladas, embora, no acumulado do ano, a exportação ainda esteja ligeiramente acima do nível do ano passado (+3,6% nos primeiros dez meses, devido às altas remessas no início do ano). A redução da demanda por carvão energético nos mercados tradicionais faz com que os produtores russos mantenham a produção em um nível reduzido, aguardando uma conjuntura mais favorável.
  • Carvão metalúrgico: O segmento de carvão metalúrgico (coc) também enfrenta dificuldades. A indústria global de aço apresenta uma dinâmica fraca, especialmente na China, limitando a necessidade de coque e de matérias-primas para sua produção. As exportações de carvão metalúrgico russo por via marítima diminuíram, e no outono as quantidades de remessas pelos portos do sul caíram para mínimos históricos. Analistas estimam que com os preços atuais, mais de 20% dos produtores russos de carvão metalúrgico estão operando com prejuízo, e até mesmo os maiores players do setor estão equilibrando-se em torno da linha de breakeven. Isso faz com que as empresas reconsiderem seus programas de investimento, atrasem o lançamento de novas minas e concentrem-se nos ativos mais eficientes.
  • Mercados asiáticos e novas oportunidades: Apesar das dificuldades, o carvão russo encontra compradores na Ásia, onde seu preço competitivo atrai alguns consumidores. Em particular, em 2025, as remessas de carvão para a Índia aumentaram significativamente: em outubro, a exportação de carvão russo para a Índia cresceu 43% em relação a setembro e dobrou em comparação com outubro de 2024. Empresas de energia e metalúrgicas indianas aproveitaram a queda dos preços para adquirir volumes adicionais, dos quais outros players se afastaram. Além disso, alguns compradores não tradicionais mostraram interesse – por exemplo, Taiwan começou este ano a realizar compras experimentais de carvão energético russo através de portos do Extremo Oriente, atraído pela estabilidade das entregas e pelos descontos. A China continua sendo o maior mercado asiático: após uma redução na importação no outono devido a altos estoques internos, com a chegada do frio, a demanda nas províncias do norte da RPC voltou a aumentar, e os participantes do mercado esperam um aumento nas compras do carvão russo por parte da China em novembro e dezembro. Ao mesmo tempo, a Coreia do Sul reduziu as importações da Rússia, retornando aos fornecedores tradicionais (Austrália), o que demonstra o quão intensa é a concorrência pela participação de mercado. No geral, as perspectivas para o setor estão ligadas a dois fatores: primeiro, a recuperação do equilíbrio de preços através do fechamento de capacidades não rentáveis (fechamento ou conservação temporária de minas deficitárias); e, segundo, o aumento da demanda na Ásia, que pode gradualmente elevar os preços. O governo da RF também incumbiu a elaboração de medidas de apoio aos mineradores de carvão – desde subsídios sobre tarifas de transporte até crédito subsidiado – a fim de amenizar as consequências socioeconômicas da queda no setor.

Setor de energia elétrica

O complexo de energia elétrica da Rússia em 2025 enfrentou cargas incomuns, mas demonstrou resiliência. O verão anormalmente quente levou a picos históricos de consumo de eletricidade em várias regiões: o uso massivo de ar-condicionado e equipamentos de refrigeração elevou a carga nas redes a níveis recordes. Assim, em 14 de julho, a Sistema de Energia do Sul registrou um máximo absoluto de consumo elétrico de verão – 21.219 MW, superando o recorde anterior estabelecido no ano anterior. Recordes semelhantes foram registrados em outros sistemas – praticamente todos os sistemas de energia territorial atingiram novos máximos de demanda de verão. Além disso, no período de inverno 2024/25, o país também registrou uma carga recorde, superando os indicadores do verão, o que indica um crescimento geral do consumo de energia à medida que a economia se recupera e fenômenos climáticos extremos ocorrem.

Apesar das cargas aumentadas, o sistema energético lidou bem com os desafios. As empresas geradoras e os centros de controle mobilizaram as reservas necessárias de capacidade: as usinas hidrelétricas aumentaram a produção durante as horas de pico de consumo, as usinas termelétricas de gás e carvão foram rapidamente ativadas em sua capacidade máxima para cobrir a demanda, e as redes de transmissão funcionaram sem interrupções sérias. Mesmo nos dias mais quentes do verão, não houve cortes de energia sistêmicos – a reserva de força se mostrou suficiente, confirmando a confiabilidade do Sistema de Energia Unificado da Rússia. Nas regiões com cargas especialmente altas (como no Norte do Cáucaso e no Sul da Rússia), unidades de gás a turbina móveis foram ativadas como reserva, e foram realizadas importações de energia de regiões vizinhas. Tudo isso permitiu garantir um fornecimento contínuo de energia para os consumidores.

  • Recordes de demanda: Os meses de verão de 2025 foram marcados por uma série de novos máximos para o consumo de energia elétrica. As ondas de calor em julho elevaram o consumo diário de eletricidade a níveis sem precedentes em muitas regiões. Além do Sul, um aumento significativo de carga foi registrado na Sibéria e nas áreas centrais – o aumento no uso de ar-condicionado, sistemas de refrigeração nas empresas, bem como o aumento da atividade industrial levaram os picos a ultrapassar os valores do ano anterior em 5 a 7%. O operado do sistema EES relatou dezenas de novos máximos históricos estabelecidos em diferentes partes do país entre junho e agosto. O consumo de eletricidade no total na Rússia, nos primeiros 10 meses de 2025, cresceu aproximadamente 2% ano a ano, refletindo a recuperação da economia e o crescimento da intensidade elétrica em alguns setores.
  • Confiabilidade da rede: O sistema energético russo demonstra um alto nível de confiabilidade mesmo com cargas extremas. Durante o verão, as empresas de energia garantiram o manejo dos picos, redistribuindo a carga e ativando as reservas. Para o período de outono-inverno de 2025/26, um preparo detalhado foi realizado: manutenções foram feitas em blocos-chave das usinas, um estoque de combustível adicional (carvão, gás) foi formado nas termelétricas, e modos de importação emergencial entre sistemas energéticos foram elaborados. O Ministério da Energia prevê que mesmo em caso de frio anômalo no inverno, a geração e a capacidade da rede serão suficientes para atender à demanda, sem a necessidade de restrições programadas. Uma ênfase especial está sendo dada às regiões do sul, onde se espera um novo crescimento na demanda de inverno – a modernização das redes e a instalação de novas subestações nas regiões de Krasnodar, Daguestão e Crimeia devem prevenir interrupções locais. Em geral, especialistas do setor observam que as lições dos anos anteriores foram aprendidas: a disciplina operacional foi reforçada, as possibilidades de manobra de capacidade foram ampliadas, permitindo uma visão otimista sobre o próximo pico de inverno.

Energia renovável

O setor de fontes renováveis de energia (VIE) no mundo continua em rápido crescimento, refletindo a aceleração da transição energética global. O ano de 2025 tornou-se um novo recorde na adição de novas capacidades: em muitos países, estão sendo construídas enormes usinas solares e eólicas, e o volume de investimentos em energia limpa atingiu um patamar histórico. Segundo estimativas da International Energy Agency, os investimentos globais em energia renovável em 2025 ultrapassaram pela primeira vez os investimentos na extração de petróleo: cerca de $580 bilhões contra $540 bilhões, respectivamente. Isso indica uma mudança nas prioridades – cada vez mais países e empresas estão apostando em tecnologias solar, eólica e outras de baixo carbono. A China mantém sua liderança nesse setor: a capacidade total instalada de VIE na RPC já supera a capacidade das usinas movidas a combustíveis fósseis, ressaltando a magnitude das mudanças. A União Europeia também está aumentando a participação da geração "verde" – até o final do ano, mais de 40% da eletricidade na UE foi gerada a partir de fontes renováveis (hidrelétricas, vento, sol e biomassa). Esses avanços reduzem a demanda por hidrocarbonetos no setor energético e gradualmente diminuem a intensidade de carbono da economia mundial.

Na Rússia, a energia renovável está se desenvolvendo em um ritmo mais modesto, mas de forma confiável. O efeito inicial de preços altos de petróleo e gás no ano anterior deu um impulso adicional aos projetos de VIE: o governo e os negócios perceberam a importância da diversificação. Até o início de 2025, a capacidade total de geradores renováveis (sem contar grandes hidrelétricas) alcançou cerca de 6,6 GW, em comparação com 6,5 GW no ano anterior. Em 2025, novas usinas solares e eólicas foram inauguradas em várias regiões – da região de Astracan e da região de Stavropol (parques eólicos) à República de Saja (Yakútia), onde pequenas usinas solares começaram a operar para comunidades remotas. Como resultado, até o final de 2025, espera-se que a capacidade instalada total de VIE na Rússia ultrapasse 7,5 GW, o que significa um aumento de cerca de 15% ao longo do ano. Embora esses números não sejam comparáveis aos líderes mundiais, a tendência para a RF continua a ser ascendente.

  • Crescimento de VIE na RF: O setor russo de energia renovável está aumentando anualmente seus volumes. Usinas eólicas e usinas solares construídas sob programas de apoio estão gradualmente entrando em operação, incrementando o segmento "verde". De acordo com dados oficiais, nos primeiros três trimestres de 2025, a geração de eletricidade a partir de VIE na Rússia cresceu cerca de 20% em comparação com o mesmo período do ano passado. O maior crescimento foi proporcionado por novos parques eólicos no sul do país e uma grande usina solar na região de Orenburgo. Como resultado, a participação de VIE (sem hidrelétricas) no equilíbrio energético total da Rússia está se aproximando de 1,5-2%. Este ainda é um indicador modesto, mas está aumentando ininterruptamente.
  • Perspectivas e apoio: O desenvolvimento da energia renovável é considerado pelas autoridades uma prioridade para a diversificação do setor energético e a redução da pegada de carbono da economia. Está em vigor um programa estatal de estímulo a VIE (esquema de contratos para fornecimento de potência de VIE), que foi prorrogado até 2035 e garante retorno de investimentos aos investidores, desde que haja localização de equipamentos. Espera-se que, até 2030, a capacidade instalada de fontes renováveis possa ultrapassar 15 GW, caso todos os projetos anunciados sejam realizados. Além da geração em larga escala, a atenção também está voltada para a energia distribuída: cada vez mais empresas e lares estão instalando seus próprios painéis solares e pequenos geradores eólicos, especialmente em regiões com apoio à microgeração. A cooperação internacional também desempenha um papel – empresas russas estão estudando a experiência de países líderes no desenvolvimento de energia a hidrogênio e acumuladores de energia, a fim de integrar essas tecnologias no futuro. Em última análise, o aumento constante de VIE reforça a segurança energética, abre novas indústrias (fabricação de equipamentos para VIE) e melhora a situação ambiental.
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