
Notícias atuais da indústria de petróleo e gás e energia em 25 de novembro de 2025: petróleo, gás, energias renováveis, política energética, sanções, setor energético, mercados de commodities globais, análises e eventos chave do dia.
Mercado mundial de petróleo
Após uma liquidação nos dias anteriores, os preços do petróleo se estabilizaram em níveis mínimos. O Brent é negociado em torno de $62–63 por barril, enquanto o WTI está em torno de $58. Isso se deve a uma combinação de fatores: aumento dos estoques de petróleo nos EUA, perspectivas moderadas de demanda do IEA e EIA, além de notícias geopolíticas. O avanço nas negociações para encerrar o conflito na Ucrânia aliviou parte das preocupações quanto a interrupções no fornecimento e pressionou as cotações para baixo.
- Estoques e demanda: Os estoques de petróleo americano aumentaram em 6,4 milhões de barris na semana (até o início de novembro) — isso é significativamente mais do que o previsto. Segundo o IEA, em 2026 a oferta global de petróleo pode superar a demanda em cerca de 4 milhões de barris por dia, o que cria o risco de um superávit substancial no mercado.
- Decisão da OPEP+: No início de novembro, os países da OPEP+ concordaram em aumentar a produção em apenas 137 mil barris por dia em dezembro e suspender novos aumentos no primeiro trimestre de 2026 (devido a preocupações sobre o excesso de oferta). Novas sanções ocidentais complicam a expansão da produção russa: as restrições dos EUA e do Reino Unido atingiram principalmente a “Rosneft” e a “Lukoil”.
Sanções e exportação de petróleo da Rússia
Desde 21 de novembro, as sanções dos EUA contra a “Rosneft” e a “Lukoil” entraram em vigor. Estas medidas podem retirar do mercado mundial até 48 milhões de barris de petróleo russo. Os fluxos de exportação russos enfrentaram dificuldades logísticas: parte dos petroleiros com os tipos Urals, ESPO, entre outros, foi direcionada a outros destinos ou retida no caminho. Refinarias indianas já estão reservando navios para receber petróleo do Golfo Pérsico em vez do russo.
- Consequências de preço: No curto prazo, o petróleo russo está sendo vendido com descontos significativos, o que estimulou a demanda da Ásia por Urals. No entanto, a partir de 16 de janeiro, a UE proibirá completamente a importação de combustíveis derivados de petróleo russo (a bolsa ICE interromperá a aceitação de diesel e gasolina “russo”). Isso criará escassez no mercado de produtos petrolíferos e sustentará margens elevadas para os vendedores de suprimentos alternativos.
Mercado de diesel e produtos petrolíferos
Ao contrário do petróleo bruto, os preços do diesel permanecem em níveis elevados: na última semana, embora tenham caído um pouco, ainda estão 8% acima dos níveis de final de outubro. Isso se relaciona com a escassez de diesel no mercado mundial. A Rússia, o segundo maior exportador de diesel, reduziu as entregas a níveis historicamente baixos devido a ataques a refinarias e sanções: em outubro, as exportações foram de apenas 669 mil barris por dia (mínimo desde 2020). A “Rosneft” e a “Lukoil” juntas forneciam anteriormente cerca de 270 mil barris de diesel por dia (37% das exportações russas e 9% das globais) — agora esses volumes foram eliminados.
Refinarias europeias e asiáticas, que antes recebiam petróleo russo barato, já estão reestruturando suas logísticas e reduzindo as compras da Rússia. Como resultado, a margem na produção de diesel aumentou: refinarias americanas aumentaram as exportações de diesel para a Europa, e seus lucros por barril aumentaram cerca de 12%. Mesmo com a possibilidade de paz na Ucrânia, a revogação das restrições europeias é improvável, portanto, os preços do diesel permanecerão elevados.
Mercado europeu de gás
Os preços do gás na Europa caíram acentuadamente: em 24 de novembro, as cotações do gás TTF para entregas em dezembro caíram abaixo de €30 por MWh (≈$355 por 1000 m³), o mínimo desde maio de 2024. Essa queda está ligada ao otimismo em torno das negociações sobre a Ucrânia. Os participantes do mercado acreditam que, se as iniciativas de paz do União Europeia forem bem-sucedidas, pode haver uma reconsideração dos planos para abandonar rigidamente o GNL russo, o que aliviaria parte do prêmio pela confiabilidade nas entregas. Vale lembrar que, nos anos anteriores à guerra, a Rússia era responsável por até 45% das importações de gás da UE; hoje essa proporção é de cerca de 10%. Ao mesmo tempo, a UE adotou um plano para encerrar completamente as importações da Rússia até o final de 2027, que é contestado pela Hungria e pela Eslováquia.
- A Gazprom alerta: A “Gazprom” apontou para taxas recordes de retirada de gás de armazenamentos subterrâneos europeus. De acordo com a associação Gas Infrastructure Europe, entre 19 e 21 de novembro, os países europeus estavam retirando volumes sem precedentes de gás. Até 21 de novembro, o preenchimento dos armazenamentos na UE caiu abaixo de 80% — um dos níveis mais baixos na última década. Em caso de prolongados períodos de frio, os estoques existentes podem não ser suficientes para garantir o fornecimento estável de consumidores residenciais e industriais.
Gás Natural Liquefeito (GNL)
- Importações dos EUA: No final de 2025, a União Europeia estabeleceu um novo recorde em compras de fontes de energia dos EUA — cerca de $200 bilhões (incluindo GNL, combustível nuclear e petróleo). A participação do GNL americano nas importações totais de gás da UE aumentou para 60%. A UE está ativamente firmando contratos de longo prazo para fornecimento de GNL dos EUA, o que diminui ainda mais a dependência de fontes alternativas.
- Projetos e riscos: No mercado global de GNL, novos desafios estão surgindo. Na Austrália, os sindicatos solicitaram uma greve na instalação de expansão da planta Pluto (Woodside Energy) devido a uma grande disparidade na remuneração em comparação com o projeto Wheatstone. Se a greve ocorrer, o início das entregas adicionais de GNL desse projeto pode ser adiado até o final de 2026. Essas interrupções aumentam a tensão no mercado global de gás: eventos semelhantes em 2023 resultaram em aumento dos preços do gás devido ao redestribuição de fornecimentos.
Política energética e fontes renováveis
- COP30 (ONU): Na cúpula climática no Brasil, a declaração final excluiu a saída gradual do uso de petróleo, gás e carvão. Isso significa que no documento oficial não há mais apelos para desistir dos combustíveis fósseis. Essa redação reflete um compromisso entre países que pressionam por uma transição suave para energia limpa e grandes exportadores de petróleo e gás que exigem a consideração de seus interesses.
- Declaração do G20: Os líderes do G20 na cúpula em Joanesburgo enfatizaram a necessidade de fornecimentos estáveis de combustíveis fósseis, observando que os riscos de sanções devem ser levados em conta. A declaração conjunta menciona a importância de cadeias energéticas confiáveis e de uma distribuição justa dos benefícios da exploração de recursos. Ao mesmo tempo, os países do G20 reafirmaram suas ambiciosas metas climáticas: triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030.
- Projetos de VIE: Apesar das discussões políticas, projetos “verdes” estão em desenvolvimento. A Statkraft lançou a maior usina híbrida da Alemanha: 46,4 MW de painéis solares com uma bateria de armazenamento de 57 MWh (fornecendo energia para cerca de 14 mil casas, economizando 32 mil toneladas de CO₂ por ano). Na Índia, a ReNew Power arrecadou $331 milhões do ADB para construir um parque híbrido de 2,8 GW (solar + turbinas eólicas com armazenamento), capaz de fornecer 300 MW de energia “verde” continuamente. Esses projetos fortalecem a segurança dos sistemas energéticos e promovem a transição energética.
Grandes negócios e investimentos
- Saudi Aramco: A estatal de petróleo da Arábia Saudita está preparando um dos maiores negócios da história: a venda de participações em seus terminais de exportação e armazéns. Espera-se que a transação traga mais de $10 bilhões, que serão direcionados para o desenvolvimento da produção, incluindo o projeto de gás de Jafura. Apesar disso, a Aramco continua a investir ativamente na expansão da produção de petróleo e gás.
No geral, no estado em que se encontram os mercados globais de recursos energéticos em 25 de novembro de 2025, estamos em uma encruzilhada de grandes mudanças. Por um lado, as esperanças de um ajuste pacífico da crise aliviam parte dos riscos geopolíticos e pressionam os preços para baixo. Por outro lado, sanções e problemas operacionais sustentam segmentos deficitários (especialmente diesel e gás) e resultam em alta volatilidade. Os participantes do mercado devem acompanhar de perto o andamento das negociações, as decisões dos reguladores e as estratégias energéticas globais: são estes fatores que determinarão a dinâmica futura da demanda, exportação e preços no setor energético.