O mercado global de venture capital se recupera: principais negócios em AI, novas IPOs, crescimento de hubs de venture capital e ativação de investidores nos EUA, Europa e Ásia. Um panorama detalhado das tendências para 5 de novembro de 2025.
No início de novembro de 2025, o mercado global de venture capital se recupera de forma consistente após um longo período de recessão nos últimos anos. Investidores ao redor do mundo estão novamente financiando ativamente startups tecnológicas — negócios recordes estão sendo realizados e os planos de IPOs das empresas voltam a estar em destaque. Os principais players retornam ao mercado com investimentos significativos, os governos reforçam o apoio à inovação e o capital de risco privado volta a fluir para o ecossistema de startups.
O crescimento da atividade de venture capital é observado em todas as regiões. Os EUA continuam a liderar (especialmente no setor de inteligência artificial, que concentra a maior parte dos novos investimentos), mas outras partes do mundo também estão ganhando impulso. No Oriente Médio, o volume de investimentos quase dobrou em um ano, com a formação de hubs tecnológicos apoiados por fundos soberanos. Na Europa, o mercado demonstra estabilidade: a Alemanha ultrapassa o Reino Unido pela primeira vez em número de transações de venture capital, com financiamento em estágios iniciais especialmente ativo. Na Ásia, a situação é mista: a China mostra sinais de recuperação após um período fraco, embora sua atividade ainda fique aquém dos níveis máximos de 2021-2022; ao mesmo tempo, a Índia e o Sudeste Asiático atraem um capital recorde em meio a um relativo declínio na China. As ecossistemas de startups da Rússia e de outros países da CEI também se esforçam para não ficar para trás, apesar das restrições externas. Um novo impulso de venture capital está se formando, embora os investidores ainda atuem de forma seletiva e cautelosa.
Abaixo estão os principais eventos e tendências que definem a agenda do mercado de venture capital para 5 de novembro de 2025:
- Fluxo de capital e retorno de megatransações. Os principais fundos de capital de risco estão levantando quantias recordes, os maiores investidores estão novamente investindo ativamente, saturando o mercado com capital e aumentando o apetite por riscos.
- Crescimento exponencial dos investimentos em AI e nova onda de "unicórnios". Rodadas de financiamento extremamente grandes estão elevando as avaliações das startups para novas alturas, principalmente no segmento de inteligência artificial, gerando uma série de novos "unicórnios".
- Retorno do mercado de IPO. Saídas bem-sucedidas de empresas de tecnologia na bolsa confirmam que a tão esperada "janela" para saídas foi reaberta, trazendo liquidez de volta ao mercado de venture capital.
- Expansão do foco setorial. O capital de risco não está se limitando apenas à AI, mas também se dirige para fintechs, projetos climáticos e "verdes", biotecnologias, desenvolvimentos de defesa e até mesmo para criptomoedas revividas.
- Uma onda de consolidação: transações de fusões e aquisições (M&A). Uma nova atividade no campo de M&A está reformulando o panorama da indústria, criando oportunidades para saídas e crescimento acelerado dos players mais fortes.
- Crescimento regional: novos hubs de venture capital. O Oriente Médio, Sudeste Asiático, América Latina e outras regiões estão fortalecendo suas posições no mapa de venture capital global, atraindo capital recorde em meio à desaceleração na China.
- Rússia e CEI: iniciativas locais. Apesar das restrições, novos fundos e programas de apoio a startups estão sendo lançados na região, com o intuito de desenvolver ecossistemas locais e atrair a atenção dos investidores.
Retorno dos megafundos: grandes investimentos voltam ao mercado
Os maiores players de investimento estão fazendo um retorno triunfante ao arena de venture capital — isso evidencia um novo ciclo de apetite por riscos. O conglomerado japonês SoftBank, por exemplo, está formando um novo fundo Vision Fund III com cerca de $40 bilhões, focado em tecnologias de ponta. Fundos soberanos do Golfo Pérsico também se tornaram mais ativos, injetando bilhões de dólares em projetos tecnológicos e lançando megaprogramas estatais para apoiar startups, formando seus próprios hubs tecnológicos no Oriente Médio. Ao mesmo tempo, dezenas de novos fundos de venture capital estão sendo criados globalmente, atraindo capital institucional significativo para investimentos em áreas de alta tecnologia.
Famosas firmas de venture capital do Vale do Silício também estão aumentando sua presença. Elas acumulam reservas recordes de capital não investido ("pólvora seca") — centenas de bilhões de dólares prontos para investimento assim que a confiança do mercado retornar. A entrada desse "grande capital" traz liquidez ao mercado de startups, garantindo recursos para novas rodadas de financiamento e sustentando o crescimento nas avaliações de empresas promissoras. O retorno dos megafundos e dos grandes investidores intensifica a concorrência por melhores negócios, mas ao mesmo tempo gera confiança de que o fluxo de capital para o mercado continuará.
Investimentos recordes em IA: nova onda de "unicórnios"
O setor de inteligência artificial é o principal motor da atual recuperação de venture capital, demonstrando volumes de financiamento sem precedentes. Os investidores estão se apressando para posicionar-se entre os líderes do mercado de IA, direcionando enormes recursos para os projetos mais promissores. Apenas nas últimas semanas, vários megarações foram anunciados: a startup americana Crusoe (infraestrutura para data centers de AI) levantou cerca de $1,4 bilhão com uma avaliação de aproximadamente $10 bilhões; grandes investimentos também foram recebidos pelos desenvolvedores de modelos fundamentais de AI, Anthropic (cerca de $13 bilhões levantados) e xAI (cerca de $5,3 bilhões). Negócios como esses estão alcançando alturas sem precedentes, ressaltando o entusiasmo em torno de startups de IA e gerando uma nova onda de empresas "unicórnio". Estimativas de mercado indicam que quase metade de todos os investimentos em venture capital no mundo no terceiro trimestre de 2025 foram para empresas de IA.
Além disso, o capital de risco não está se limitando apenas a produtos aplicados de IA, mas também está fluindo para a infraestrutura para eles — o mercado está pronto para financiar até mesmo "pás e picaretas" para essa nova febre tecnológica. Especialistas alertam para o risco de superaquecimento de alguns projetos, mas o apetite dos investidores por startups de IA ainda não diminuiu.
O mercado de IPOs se revive: janela de oportunidades para saídas
O mercado global de ofertas públicas iniciais está saindo de um longo período de quietude e começando a ganhar força novamente. Na Ásia, Hong Kong está impulsionando uma nova onda de IPOs: nos últimos meses, várias grandes empresas de tecnologia realizaram com sucesso sua abertura de capital, atraindo bilhões de dólares em investimentos. Nos EUA e na Europa, a situação também está melhorando: várias startups altamente avaliadas (por exemplo, o gigante fintech Chime e a plataforma de design Figma) estrearam com sucesso no mercado, demonstrando alta demanda dos investidores e um crescimento sólido nos preços das ações. Até o final de 2025, outros "unicórnios" estão se preparando para a oferta pública, entre os quais o serviço de pagamentos Stripe e várias grandes empresas de tecnologia são as mais aguardadas.
Mesmo a indústria de criptomoedas está tentando se beneficiar da recuperação: a empresa fintech Circle fez IPO com sucesso no verão (suas ações depois aumentaram significativamente), e a exchange de criptomoedas Bullish entrou com um pedido de listagem nos EUA com uma avaliação alvo de cerca de $4 bilhões. O retorno da atividade no mercado de IPOs é crucial para o ecossistema de venture capital: saídas públicas bem-sucedidas permitem que os fundos realizem lucros e direcionem o capital liberado para novos projetos, sustentando o crescimento contínuo do setor.
Expansão do foco setorial: não apenas IA
Os investimentos em venture capital em 2025 abrangem um espectro muito mais amplo de setores e não se limitam apenas à febre da IA. Atividades estão visivelmente crescendo no setor de fintech (grandes rodadas de financiamento em todo o mundo), em tecnologias climáticas e agrícolas (inovações "verdes" em alta), em biotecnologia e tecnologia médica (novos desenvolvimentos estão recebendo capital novamente), em projetos de defesa (demanda por tecnologias de dupla utilização) e até mesmo em startups de criptomoedas (após a estabilização do mercado, alguns projetos estão novamente atraindo investimentos). Esse amplo foco torna o ecossistema de startups mais resiliente e reduz o risco de superaquecimento em segmentos específicos.
Consolidação e M&A: aumento dos players
Avaliações elevadas de startups e uma intensa concorrência por mercados desencadeiam uma onda de consolidações. Grandes transações de fusões e aquisições estão voltando a receber destaque, consolidando players-chave e reconfigurando o setor de tecnologia. Após um período de calma nos anos anteriores, gigantes corporativos e "unicórnios" com reservas financeiras sólidas começaram a adquirir projetos promissores para reforçar suas posições e acessar novas tecnologias.
No terceiro trimestre de 2025, o volume global de transações de M&A envolvendo empresas de venture capital atingiu seu máximo em anos: nove startups foram adquiridas por mais de $1 bilhão cada. Entre as transações mais notáveis está a compra da startup israelense de cibersegurança Wiz pela Google por cerca de $32 bilhões (a maior saída na história da alta tecnologia israelense). Esse tipo de megatransação demonstra o desejo das corporações de adquirir tecnologias e equipes de ponta. A onda de fusões e aquisições proporciona a liquidez necessária para os investidores e permite que jogadores bem-sucedidos aumentem suas escalas de negócio, embora o número total de startups independentes continue a diminuir. A ativação das M&A é um sinal de amadurecimento do mercado: projetos maduros estão se unindo entre si ou se tornando alvos de aquisição por corporações, enquanto os fundos de venture capital obtêm as tão esperadas saídas lucrativas.
Crescimento regional: novos hubs de venture capital
A atividade de venture capital está se tornando cada vez mais global — novos centros regionais de inovação estão surgindo. O Oriente Médio é atualmente um dos mercados mais dinâmicos: países do Golfo Pérsico, que antes investiam principalmente no exterior, estão ativamente desenvolvendo seus próprios ecossistemas. Parques tecnológicos e fundos de apoio a startups locais estão sendo iniciados, já resultando em transações recordes — alguns projetos estão atraindo financiamentos na casa das centenas de milhões de dólares. Ao mesmo tempo, a Ásia fora da China está em recuperação. O Sudeste Asiático (com Cingapura liderando) triplicou o volume de investimentos de venture capital em um ano, graças a várias grandes rodadas. A Índia desacelerou um pouco, mas mantém um alto nível de financiamento, enquanto a Coreia do Sul e o Japão realizaram investimentos significativos em startups de semicondutores e robótica. Israel mantém suas posições como um dos hubs de inovação globais, embora sua atividade esteja um pouco abaixo das máximas de 2021.
A Europa, embora continue atrás dos EUA em volume de investimentos, demonstra resiliência e crescimento gradual. O financiamento de venture capital para startups europeias cresceu a taxas de dois dígitos, com as transações em estágios iniciais sendo especialmente ativas. A geografia das grandes rodadas está se expandindo: além de Londres e Berlim, investidores estão cada vez mais encontrando projetos promissores em Paris, Estocolmo, Tel Aviv e outros clusters tecnológicos. Várias transações de M&A muito notáveis na Europa confirmaram a maturidade dos players locais. A América Latina também está se reanimando: por exemplo, no Brasil, os investimentos de venture capital cresceram quase 50% durante o verão, colocando novamente o país entre os líderes da região. Assim, o mapa global de venture capital continua a se expandir — o capital está se movendo cada vez mais para novos pontos em busca de equipes talentosas e ideias promissoras.
Rússia e CEI: iniciativas locais
Apesar das restrições externas, a Rússia e os países vizinhos estão experimentando um renascimento na atividade de startups. O mercado de venture capital da RF começou a sair da estagnação: o volume de investimentos no primeiro semestre de 2025 cresceu quase duas vezes (para cerca de $87 milhões), o número de investidores ativos aumentou, com novos fundos sendo lançados com cerca de 10 bilhões de rublos cada. Os jogadores privados e estatais estão ocupando o nicho deixado pelos fundos estrangeiros que se retiraram: estão sendo formados fundos de venture capital locais, grandes corporações estão lançando aceleradoras e programas de apoio a projetos tecnológicos. Processos semelhantes estão acontecendo no Cazaquistão, Uzbequistão e outros países da região. Essas iniciativas geram um otimismo cauteloso, embora as dimensões do mercado de venture capital da CEI ainda fiquem aquém dos líderes globais.
Otimismo cauteloso
O mercado de venture capital está encerrando 2025 em ascensão, mas o crescimento está ocorrendo de forma mais ponderada do que em anteriores bolhas. Os investidores estão prestando mais atenção à qualidade dos projetos e à sustentabilidade dos modelos de negócios, evitando riscos excessivos. Espera-se que em 2026 os investimentos de venture capital continuem crescendo em um ritmo moderado, enquanto o ecossistema de startups se desenvolverá de maneira mais equilibrada e racional.