
Revisão detalhada dos eventos econômicos e relatórios corporativos em 18 de outubro de 2025: resultados da reunião do G20, expectativas para os dados do PIB da China, situação nos mercados de commodities, além de relatórios de empresas dos EUA, Europa, Ásia e Rússia.
Sábado traz uma agenda relativamente calma para os mercados: não há publicações macroeconômicas programadas para 18 de outubro, portanto, os investidores focam em fatores globais. Em nível global, são discutidos os resultados da reunião dos ministros das Finanças do G20 e as perspectivas para a economia mundial; na Ásia, a atenção se volta para os dados do PIB da China referentes ao terceiro trimestre. O setor de energia observa a dinâmica dos preços do petróleo, que caíram para mínimas em meio a expectativas de excesso de oferta, enquanto o mercado de gás se mantém estável antes da temporada de inverno. No lado corporativo, a temporada de divulgações de resultados continua: nos EUA, após as publicações dos bancos, a atenção se volta para os gigantes da tecnologia; na Europa, os primeiros lançamentos (dos setores de luxo e tecnologia) deram o tom; na Ásia, os resultados de um grande fabricante de chips foram animadores. Para os investidores, é importante avaliar as tendências globais em conjunto: taxas de crescimento econômico ↔ política dos bancos centrais ↔ lucros corporativos ↔ preços das commodities ↔ apetite geral por risco nos mercados.
Calendário econômico (UTC-3)
- Dia de folga — nenhuma publicação de indicadores macroeconômicos chave prevista.
Economia global: resultados da reunião do G20
- Resiliência e riscos: Na reunião do G20 que terminou, foi notada a resiliência geral da economia mundial na primeira metade de 2025, mas uma série de riscos persistentes foram ressaltados. As principais ameaças incluem tensões geopolíticas, vulnerabilidades nas cadeias de suprimento, altos níveis de endividamento em vários países e fatores climáticos. Apesar desses desafios, os líderes financeiros expressaram confiança na capacidade da economia global de evitar uma recessão com a política adequada.
- Macropolítica e dívidas: Os participantes do G20 concordaram sobre a importância de uma política macroeconômica estimulante para sustentar o crescimento de longo prazo. Foi destacada a necessidade de abordar a questão do alto endividamento estatal: os governos devem buscar um equilíbrio entre a solidez fiscal e os estímulos. A transparência nas obrigações de dívida e a ampliação da cooperação com organizações financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial) foram reconhecidas como prioridades para reduzir os riscos de crises em mercados em desenvolvimento.
- Reformas nas instituições de desenvolvimento: O resumo final da reunião destacou o apoio às reformas dos bancos multilaterais de desenvolvimento, destinadas a aumentar suas capacidades de crédito. Propõe-se envolver mais as economias em desenvolvimento na tomada de decisões para ampliar o acesso ao financiamento de infraestrutura e projetos sustentáveis. O G20 pretende garantir que as instituições financeiras internacionais respondam de forma mais eficaz aos desafios globais e forneçam recursos aos países com economias emergentes.
China: crescimento econômico sob estreita observação
- Esperado desaceleramento: No início da próxima semana (20 de outubro), a China publicará os dados do PIB do 3º trimestre de 2025. Analistas projetam um crescimento em torno de 4,5-5,0% ano a ano, um pouco abaixo do número do trimestre anterior (5,2%). O possível desaceleramento é atribuído tanto ao efeito de base alta do ano passado quanto às dificuldades contínuas em alguns setores — principalmente na construção civil e nas exportações.
- Equilíbrio de fatores: O consumo interno na China continua sendo o principal motor de crescimento, graças às medidas de estímulo e à melhoria do mercado de trabalho. No entanto, a atividade de investimento está desacelerando: o setor de construção enfrenta uma queda, enquanto as empresas privadas mostram cautela em meio a medidas regulatórias. A demanda externa também está enfraquecida pela desaceleração das economias europeias. Ao mesmo tempo, o setor de alta tecnologia (por exemplo, a produção de microchips e eletrônicos) apresenta um crescimento sólido devido a programas governamentais e à demanda global por produtos relacionados à IA.
- Influência nos mercados: Os dados do PIB da China servirão como um indicador para os mercados globais de commodities e ações. Um crescimento mais forte do que o esperado pode apoiar os preços dos metais industriais, petróleo e ativos de mercados em desenvolvimento, sinalizando uma demanda estável. Caso os números decepcionem, é provável que aumentem as discussões sobre estímulos adicionais do Banco Popular da China e do governo chinês — isso pode aumentar temporariamente a volatilidade do yuan, das empresas de mineração e das moedas de commodities (AUD, NZD), mas também gera expectativas de mais estímulos, mitigando o impacto negativo.
Mercados de energia: petróleo em mínimas, gás estável
- Petróleo — risco de excesso: Os preços do petróleo Brent permanecem perto de mínimas de vários meses (cerca de $60-65 por barril) devido às expectativas de excesso de oferta até o final do ano. A aliança OPEC+ confirmou, em reunião realizada no início de outubro, um leve aumento programado da produção a partir de novembro (~+130 mil barris/dia), retornando ao mercado volumes anteriormente restritos. No entanto, a demanda global está crescendo mais lentamente do que o previsto: a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu sua previsão de crescimento da demanda para 2025 (~0,7 milhão de barris/dia, contra expectativas de ~0,74 milhão anteriormente) em meio à desaceleração das economias da Europa e da China. Paralelamente, a produção fora da OPEC (EUA, Brasil, Guiana, etc.) está aumentando a um ritmo acelerado. Como resultado, alguns analistas alertam sobre a possibilidade de um retorno ao excesso de petróleo no quarto trimestre, o que pressiona os preços.
- Gás — estoques confortáveis: A situação no mercado de gás é favorável para os consumidores. A União Europeia entra no inverno com estoques recordes: as instalações de armazenamento subterrâneo de gás estão preenchidas em mais de 95% em média na UE. Devido ao clima ameno do outono e a fornecimentos estáveis de GNL, os preços de atacado do gás na Europa se mantêm baixos (o contrato futuro de referência TTF está em cerca de €30 por MWh, muito abaixo dos picos do outono de 2022). O alto nível de estoques reduz drasticamente a probabilidade de uma repetição do choque de preços do ano passado, mesmo em caso de resfriamento. Para a Rússia, a realocação das exportações de gás para o Oriente (aumento das vendas para a China via "Força da Sibéria", expansão das exportações de GNL) compensa parcialmente a redução das vendas para a Europa; no entanto, a exportação total ainda está atrás dos níveis pré-sanção. Preços de gás estáveis significam uma redução na pressão inflacionária sobre a economia europeia e oferecem um alívio aos consumidores industriais antes da temporada de inverno.
- Geopolítica e sanções: Os riscos de choques inesperados no mercado de energia permanecem. A pressão sanções sobre o setor petrolífero e de gás da Rússia continua a aumentar: países ocidentais discutem novas restrições (por exemplo, embargo à compra de GNL russo até 2026), o que pode, no futuro, alterar a configuração das fornecimentos globais. Até agora, a redistribuição clandestina dos fluxos (vendas de petróleo com desconto para a Índia, China, Oriente Médio) permite que a Federação Russa mantenha grande parte das exportações, embora a um custo de descontos. Além disso, fatores geopolíticos continuam a vigiar o mercado: qualquer escalada no Oriente Médio ou novos incidentes envolvendo a infraestrutura energética (como ataques de drones) podem rapidamente trazer uma "prêmio de risco" de volta aos preços do petróleo, apesar do atual sentimento de baixa.
Outras regiões e índices: S&P 500, Euro Stoxx 50, Nikkei 225, MOEX
- S&P 500 (EUA): Nos EUA, a temporada de relatórios trimestrais está em plena atividade. A primeira onda de resultados de grandes bancos apresentou uma imagem mista: lucro recorde com receitas de juros em meio a altas taxas (alguns bancos, como o **JPMorgan**, superaram as expectativas), mas fraqueza na área de investimento e banco. Um destaque positivo foi o **Morgan Stanley**, que surpreendeu com o crescimento das receitas e resultados sólidos em gestão de fortunas, o que sustentou ações do setor financeiro. Nos próximos dias, os relatórios dos gigantes da tecnologia estarão no foco: na próxima semana, os investidores aguardam os resultados de **Netflix**, **Tesla** e outras empresas "big tech", que podem determinar o rumo do mercado. Altas expectativas para o setor de IA já trouxeram excelentes resultados do fabricante de chips **TSMC** (crescimento de lucros e aumento da previsão devido à demanda avassaladora por equipamentos de IA). Agora, o foco está nas previsões dos gigantes de TI americanos: a manutenção do crescimento das receitas e margens pode desviar a atenção do mercado dos riscos macroeconômicos.
- Euro Stoxx 50 (Europa): As "blue chips" européias estão entrando na fase ativa de relatórios para o 3º trimestre. Uma série de primeiros lançamentos semeou otimismo: o conglomerado francês **LVMH** reportou uma recuperação nas vendas (+1% orgânico no 3º trimestre devido à recuperação da demanda na China), o que provocou uma alta nas ações no setor de luxo. O fabricante holandês de litografia de chips **ASML** também superou as expectativas e manteve uma previsão positiva para a demanda, apoiada pelo "boom dos chips" para IA. No entanto, as condições econômicas gerais na Europa permanecem difíceis: altas taxas de juros e inflação estão pressionando o setor de construção e o varejo, por isso os participantes do mercado aguardam com atenção os próximos relatórios de bancos (como **Deutsche Bank**, **Santander**) e fabricantes de automóveis no final de outubro. Seus resultados e comentários sobre a demanda mostrarão como a economia da zona do euro está lidando com um período prolongado de custos elevados do dinheiro.
- Nikkei 225 (Japão): No Japão, a temporada de relatórios corporativos do primeiro semestre do ano fiscal de 2025 (abril-setembro) continua. Espera-se uma série de divulgações de gigantes industriais e empresas de consumo. A fraqueza do iene em relação ao dólar (a cotação USD/JPY se aproxima de 150) pode ter apoiado setores voltados para exportação, fortalecendo a competitividade dos produtos japoneses no exterior e também gerando receita em moeda estrangeira. Os investidores acompanharão os resultados dos fabricantes de automóveis (como **Toyota**, **Honda**) e empresas eletrônicas em relação ao crescimento dos lucros com exportação. A demanda interna no Japão demonstra uma recuperação moderada, impulsionada pelo aumento dos salários e estímulos governamentais, o que pode refletir nos relatórios dos varejistas. No geral, os lucros corporativos no Japão, segundo analistas, cresceram em média em números de um dígito — confirmando a saída gradual da economia de um cenário deflacionário.
- MOEX (Rússia): No mercado russo, o período de divulgação dos resultados operacionais para os meses de verão chega ao fim. Empresas dos setores de transporte e energia divulgaram dados do 3º trimestre: por exemplo, o holding aéreo **"Aeroflot"** reportou uma queda no fluxo de passageiros durante o verão em meio a altos efeitos de base do ano passado, enquanto várias empresas de petróleo e gás informaram sobre produção estável apesar das restrições de exportação. No varejo, observa-se uma diferenciação: as redes de alimentos continuam aumentando sua receita a taxas de dois dígitos, enquanto os varejistas de produtos não alimentícios sentem um esfriamento na demanda do consumidor. A principal onda de relatórios financeiros para os primeiros nove meses é esperada para o final de outubro, e os investidores já estão incorporando possíveis surpresas em dividendos. O cenário externo (flutuações nos preços do petróleo, cotação do rublo em torno de 80-85 por dólar) permanece como um fator chave para o mercado de ações russo. O índice MOEX se mantém na faixa, à medida que o influxo de liquidez interna e os resultados sólidos de alguns exportadores compensam o prêmio geopolítico sobre os riscos.
Resultados do dia: no que prestar atenção como investidor
- Sinais globais: O resumo do G20 enfatizou simultaneamente a resiliência da economia global e a existência de riscos (dívidas, conflitos). Para os investidores, isso significa que o cenário macroeconômico permanece incerto. É importante ficar atento à retórica dos bancos centrais: quaisquer pistas sobre um aperto de política ou, pelo contrário, disposição para apoiar a economia podem mudar significativamente o sentimento nos mercados, especialmente em um contexto de alta dívida global.
- Dados da China: As estatísticas futuras do PIB da China podem se tornar o principal impulsionador do início da nova semana. Se o crescimento desacelerar mais do que o esperado, poderá haver uma breve queda nos preços do petróleo, metais e moedas de países em desenvolvimento. Dados fortes, por outro lado, apoiarão as ações das empresas de commodities e os mercados asiáticos. Investidores focados em ativos EM devem estar prontos para uma volatilidade maior em torno da divulgação desses números e, se necessário, proteger riscos (por exemplo, por meio de futuros ou estratégias de opções).
- Preços do petróleo: A queda dos preços do petróleo para mínimas do ano é um fator que pode tanto ajudar quanto prejudicar carteiras. Para importadores de petróleo (companhias aéreas, química, transporte), isso é positivo devido à redução nos custos. Mas para o setor de energia e moedas de commodities (rublo, dólar canadense, coroa norueguesa), o petróleo barato representa pressão. Recomenda-se que os investidores avaliem a participação de ativos de energia em seus portfólios: pode ser sensato reduzir temporariamente a exposição ao setor petrolífero ou migrar para empresas com margens mais previsíveis. Também é importante acompanhar as declarações da OPEC+ — em caso de queda acentuada dos preços, a aliança pode sinalizar uma revisão dos planos de produção, o que imediatamente reverteria o mercado.
- Relatórios corporativos: A temporada de relatórios pode deslocar o foco do mercado da macroeconomia para histórias corporativas. Nas próximas sessões, os resultados dos gigantes de TI americanos estarão em destaque — suas previsões de demanda, lucros e margens definirão o tom para o setor de tecnologia em todo o mundo. Para os investidores europeus, é importante avaliar os relatórios dos bancos e das principais indústrias sobre a estabilidade da receita em um ambiente de estagnação da economia da zona do euro. Na Rússia, a atenção se volta para os planos de dividendos dos exportadores ao final de 9 meses: qualquer surpresa positiva pode atrair um influxo adicional de capital para o mercado local. Em geral, este é um bom momento para reavaliar ações individuais em portfólios: vale a pena manter títulos cujos fundamentos estão se deteriorando, ou é melhor realocar recursos para setores que se beneficiam das tendências atuais (por exemplo, em favoritos do crescimento da demanda por IA, ou por outro lado, em setores defensivos com alta rentabilidade).
Mercados de 18 de outubro de 2025: criptomoedas, commodities e moedas
Criptomoedas: O Bitcoin (BTC/USD) está se consolidando em torno da marca de $120.500, subindo +1,2% nas últimas 24 horas. A criptomoeda de referência se mantém em níveis próximos ao máximo histórico, demonstrando relativa estabilidade em meio à redução da volatilidade. O Ethereum (ETH/USD) está sendo negociado perto de $7.500, praticamente sem mudanças ao longo do dia. A capitalização total do mercado de ativos criptográficos é de $3,3 trilhões, e os indicadores de sentimento apontam para um otimismo moderado dos investidores em ativos digitais.
Índices de ações e futuros:
- Shanghai Composite: 3.610,45 (−0,42%)
- Hang Seng Futures: 24.730,0 (−0,68%)
- Nikkei 225 Futures: 43.800,0 (+0,20%)
- Euro Stoxx 50 Futures: 5.480,0 (+0,35%)
- S&P 500 Futures: 6.512,50 (+0,15%)
Commodities:
- Petróleo Brent: $63,10/barril (+0,10%)
- Gás Natural (Henry Hub): $3,105/MMBtu (−0,05%)
- Ouro: $3.350,50/onça (−0,40%)
- Prata: $37,50/onça (−1,12%)
- Cobre: $4,500/libras (+0,20%)
- Níquel: $1.280,0/tonelada (−0,50%)
- Alumínio: $2.600,0/tonelada (+0,30%)
Mercado de câmbio (Forex):
- EUR/USD: 1,1650 (+0,02%)
- GBP/USD: 1,3455 (+0,17%)
- USD/JPY: 150,10 (+0,08%)
- USD/CAD: 1,3760 (−0,05%)
- USD/CHF: 0,8180 (+0,10%)
- AUD/USD: 0,6430 (−0,05%)
- NZD/USD: 0,5925 (−0,20%)
- EUR/GBP: 0,8660 (−0,15%)
- GBP/JPY: 202,20 (+0,10%)
Câmbio do yuan e rublo: USD/CNY — 7,250; USD/RUB — 82,50. A paridade dólar/rublo se valorizou ligeiramente em relação aos níveis do início do mês, refletindo a queda dos preços do petróleo e a demanda por ativos de risco. No entanto, o rublo continua consideravelmente mais forte do que os picos veranicos, apoiado por altas taxas de juros internas e vendas de receitas em moeda estrangeira pelos exportadores.
Análise: Os mercados globais demonstram uma dinâmica mista nos finais de semana: futuros americanos e europeus estão moderadamente em alta, impulsionados pelo otimismo em torno dos resultados corporativos, enquanto índices asiáticos estão parcialmente em baixa, preocupados com a taxa de crescimento da China. Os preços do petróleo permanecem sob pressão devido às perspectivas de excesso de oferta, o que limita os setores de commodities e moedas dos exportadores. O ouro, que alcançou novos máximos nas semanas anteriores, recuou para menos de $3.400 por onça, em meio a rendimentos reais elevados e estáveis em títulos, com investidores realizando lucros em ativos defensivos. O mercado de câmbio é relativamente calmo: o dólar americano se consolida após um recente fortalecimento, enquanto o euro e o iene mostram leve valorização devido à queda nos rendimentos dos títulos do governo dos EUA em relação aos picos. No geral, os sentimentos dos investidores são neutros: o mercado aguarda novos gatilhos (como estatísticas da China e relatórios das principais empresas) para determinar a próxima direção do movimento. Até lá, os participantes preferem não adotar medidas bruscas, mantendo posições equilibradas e analisando cuidadosamente as informações que chegam.