Notícias petróleo e gás e energia, 26 de novembro de 2025: fortalecimento da parceria entre Rússia e China, estabilização dos mercados

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Notícias atuais da indústria de petróleo e gás e energia em 26 de novembro de 2025: petróleo, gás, energias renováveis, política energética, sanções, setor de energia, mercados globais de commodities, análise e eventos-chave do dia.

Mercado global de petróleo

Após uma recente venda em massa, os preços do petróleo permanecem em níveis mínimos dos últimos meses. O barril Brent está sendo negociado em torno de $62–63, enquanto o WTI está próximo de $58. O mercado está sob pressão devido a uma combinação de fatores: um aumento significativo nos estoques de petróleo nos EUA, previsões moderadas de demanda da AIE e EIA, além de sinais geopolíticos. O fortalecimento das negociações para uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia reduziu as preocupações quanto a interrupções nas entregas e puxou os preços ainda mais para baixo.

  • Estoques e demanda: De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, os estoques comerciais de petróleo no país aumentaram em 6,4 milhões de barris na última semana – muito acima das expectativas. Analistas apontam para o risco de superávit no mercado: segundo a AIE, já em 2026, a oferta global de petróleo poderá exceder a demanda em cerca de 4 milhões de barris por dia, o que pode resultar em um excesso significativo.
  • Decisão da OPEP+: No início de novembro, os países da OPEP+ concordaram apenas com um aumento discreto na produção – de 137 mil barris por dia em dezembro, decidindo também se abster de um aumento adicional nas cotas no primeiro trimestre de 2026 devido a preocupações sobre um excesso de oferta. Ao mesmo tempo, novas sanções ocidentais dificultam o crescimento da produção russa: as restrições dos EUA e do Reino Unido afetaram principalmente a “Rosneft” e a “LUKOIL”, limitando investimentos.

Sanções e exportação de petróleo da Rússia

Desde 21 de novembro, entraram em vigor as sanções dos EUA contra as maiores empresas de petróleo da Rússia. Essas medidas, direcionadas à “Rosneft” e à “LUKOIL”, podem teoricamente retirar até 48 milhões de barris de petróleo russo do mercado mundial. Os fluxos de exportação da Rússia já enfrentam interrupções: vários petroleiros com variedades de Urals, ESPO e outras foram redirecionados ou atrasados. Refinarias indianas começaram a fretar petroleiros para suprimento de matérias-primas do Golfo Pérsico em substituição aos volumes russos.

Ao mesmo tempo, instituições financeiras na Ásia estão buscando maneiras de contornar as restrições. Conforme relatado por fontes, bancos indianos desenvolveram um mecanismo especial de pagamentos, permitindo que o petróleo russo seja pago em moedas alternativas – dirhams dos Emirados Árabes Unidos e yuanes chineses – desde que os vendedores não estejam sob sanções. Anteriormente, alguns processadores indianos suspenderam temporariamente as compras, mas o aumento do desconto no Urals para ~$7 por barril os incentivou a retomar as importações em novas condições. O maior processador de petróleo indiano, Indian Oil, já declarou que continuará a comprar petróleo da Rússia de empresas que não estão sob sanções.

  • Consequências de preço: Até o momento, a pressão das sanções levou a que o petróleo russo fosse vendido com descontos recordes, estimulando a demanda de refinarias asiáticas pela variedade Urals. No entanto, a partir de 16 de janeiro, entrará em vigor a proibição total da União Europeia sobre a importação de produtos refinados produzidos a partir de petróleo russo (a bolsa ICE deixará de aceitar “diesel” e gasolina “russos” para entrega). Espera-se que isso crie uma escassez no mercado de combustíveis e mantenha altas margens de lucro para os fornecedores de alternativas.

Mercado de diesel e produtos refinados

O mercado de produtos refinados continua a apresentar tensões: os preços do diesel permanecem em níveis elevados. Na última semana, os preços do diesel caíram ligeiramente, mas ainda estão cerca de 8% acima do final de outubro. A principal razão é a escassez global de diesel. A Rússia, como segundo maior exportador de diesel do mundo, reduziu as entregas a um nível historicamente baixo devido a sanções e ataques a refinarias. Em outubro, a exportação de diesel russo caiu para cerca de 669 mil barris por dia – a menor desde 2020. Anteriormente, “Rosneft” e “Lukoil” forneciam em conjunto cerca de 270 mil barris de diesel por dia (cerca de 37% das exportações russas e 9% do total mundial) – esses volumes agora caíram praticamente da oferta.

Refinarias europeias e asiáticas, que antes dependiam de matérias-primas russas mais baratas, estão reformulando suas cadeias de suprimento e diminuindo as compras da Rússia. Como resultado, a margem de refino de diesel aumentou significativamente. Processadores de petróleo americanos aumentaram as exportações de diesel para a Europa, elevando seu lucro por barril em cerca de 12%. Mesmo que ocorra uma distensão geopolítica, é improvável que a UE remova rapidamente as restrições sobre os recursos energéticos russos – consequentemente, a escassez de diesel e o alto custo do combustível devem persistir.

Mercado europeu de gás

Os preços do gás natural na Europa continuaram a cair, atingindo mínimas de vários anos. Em 24 de novembro, os preços do gás no hub TTF com entrega em dezembro caíram para menos de €30 por MWh (≈$355 por 1000 m³) – a primeira vez desde maio de 2024. O otimismo em torno de um potencial plano de paz para a Ucrânia pressionou o mercado. Participantes do mercado sugerem que, caso haja progresso nas iniciativas de paz, a União Europeia pode amenizar sua abordagem em relação às compras de GNL russo, eliminando parte do “prêmio de risco” nos preços. Vale lembrar que, antes do conflito, a Rússia fornecia até 45% das importações de gás da UE, e agora essa fatia foi reduzida para cerca de 10%. Embora Bruxelas tenha se comprometido formalmente a interromper completamente as importações de gás da Rússia até o final de 2027, vários países (Hungria, Eslováquia) contestam os prazos rígidos.

  • Estoques e demanda: Apesar dos preços baixos, a Europa apresenta ritmos recordes de retirada de gás de armazenamentos subterrâneos. De acordo com a Gas Infrastructure Europe, entre 19 e 21 de novembro, os países europeus retiraram volumes sem precedentes de gás de suas reservas. Até 21 de novembro, o nível de preenchimento dos estoques caiu para abaixo de 80% – um dos indicadores mais baixos na última década para essa data. Em caso de um inverno prolongado, os estoques atuais podem não ser suficientes para cobrir a demanda estável de consumidores residenciais e industriais.

Gás natural liquefeito (GNL)

  • Importações dos EUA: Em 2025, a União Europeia estabeleceu um novo recorde em aquisições de energia americana – cerca de $200 bilhões, incluindo gás natural liquefeito, petróleo e combustível nuclear. A participação dos EUA nas importações de GNL pela Europa aumentou para 60%. Bruxelas está ativamente firmando contratos de longo prazo para o fornecimento de GNL americano, reduzindo ainda mais a dependência de outras fontes.
  • Projetos e riscos: O mercado global de GNL enfrenta novos desafios. Na Austrália, sindicatos de trabalhadores da indústria de LNG iniciaram uma greve em um projeto de expansão da planta Pluto (operada pela Woodside Energy), solicitando a equiparação dos salários com um projeto similar, o Wheatstone. Se a greve acontecer, o início da nova capacidade de exportação de GNL será adiado pelo menos até o final de 2026. Essas interrupções aumentam as tensões no mercado de gás: em 2023, greves em terminais de exportação australianos já causaram oscilações de preços devido à redistribuição dos fluxos de fornecimento.

Parceria energética Rússia-China

Em Pequim, foi aberto o VII Fórum de Negócios de Energia Rússia-China, que marcou uma nova etapa de cooperação entre os dois países no setor de energia. O presidente da China, Xi Jinping, em mensagem de boas-vindas aos participantes do fórum, declarou a disposição de aprofundar a parceria abrangente em energia, destacando a contribuição da cooperação bilateral para a estabilidade das cadeias energéticas globais. A parte russa destacou os impressionantes sucessos da China: o chefe da “Rosneft”, Igor Sechin, chamou a República Popular da China de única “superpotência industrial” restante no mundo e uma grande potência energética. Segundo ele, a China está moldando uma nova face da energia mundial, combinando fontes de energia tradicionais e alternativas.

Exemplos da liderança chinesa no setor são impressionantes. A produção de eletricidade na China já mais que dobra a produção nos EUA (duas décadas atrás, a situação era inversa). A China é responsável por cerca de um terço de todos os investimentos globais em energia – espera-se que, em 2025, esses investimentos cheguem a $900 bilhões, 30% a mais do que o total investido na América do Norte e 1,5 vez o número europeu. A rápida eletrificação e desenvolvimento tecnológico levaram a China ao primeiro lugar em consumo de energia no mundo. Para atender a crescente demanda, Pequim dá especial atenção às questões de segurança energética e infraestrutura.

Um passo prático para o desenvolvimento da cooperação foi o progresso na esfera do gás. “Gazprom” e a chinesa CNPC começaram a construção conjunta da seção transfronteiriça do gasoduto pela rota do “Extremo Oriente” – através do rio Ussuri na fronteira entre os dois países. Este projeto está sendo realizado com base em um acordo de 2023 e prevê o fornecimento à China de até 12 bilhões de metros cúbicos de gás por ano (após recente aumento do volume planejado de 10 bilhões). Para isso, será construído um ramal de 25 quilômetros da rodovia “Sakhalin – Khabarovsk – Vladivostok”, equipado com uma instalação de desidratação de gás e uma estação de medição na área de Dalnerechensk. O início das exportações pela nova tubulação é esperado até o final de janeiro de 2027, o que fortalecerá a posição do gás russo no mercado asiático.

Política energética e fontes renováveis

  • COP30 (ONU): No cúpula climática da ONU COP30 no Brasil, os países participantes não conseguiram chegar a um acordo sobre uma rápida transição das fontes fósseis. O ponto sobre a eliminação gradual do uso de petróleo, gás e carvão foi excluído da declaração final, ou seja, oficialmente não se declara mais o compromisso de abandonar essas fontes de combustível. Essa formulação se tornou um compromisso entre os países que insistem em uma transição suave para energia limpa e grandes exportadores de hidrocarbonetos que defendem seus interesses econômicos.
  • Declaração do G20: Os líderes do “Grupo dos Vinte” na cúpula de Joanesburgo enfatizaram a segurança energética. Na declaração conjunta, eles sublinharam a necessidade de fornecimentos estáveis de combustíveis fósseis e que os riscos de sanções para o mercado de energia devem ser considerados. Ao mesmo tempo, os países do G20 confirmaram seu compromisso com as metas climáticas: o documento estabelece a intenção de triplicar a capacidade total de energia renovável até 2030 e duplicar a eficiência energética da economia global.
  • Projetos de ER: Apesar das divergências políticas, a implementação de projetos de energia “verde” continua em diferentes países. Na Alemanha, a empresa Statkraft colocou em operação a maior usina híbrida do país, combinando 46,4 MW de painéis solares e uma bateria de acumulação de 57 MWh. A instalação pode fornecer eletricidade para cerca de 14 mil casas, reduzindo as emissões de CO₂ em cerca de 32 mil toneladas por ano. Na Índia, a empresa ReNew Power atraiu $331 milhões do Banco Asiático de Desenvolvimento para construir um complexo energético híbrido com capacidade de 2,8 GW (estações solares e eólicas com um bloco de armazenamento de energia), capaz de fornecer 300 MW de potência “verde” estável 24/7. Projetos como este aumentam simultaneamente a confiabilidade das redes elétricas e promovem a transição energética global.

Grandes negócios e investimentos

  • Saudi Aramco: A empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita planeja uma das maiores transações de sua história – a venda de participações em terminais de exportação e depósitos de petróleo. Espera-se que essa operação atraia mais de $10 bilhões, que serão direcionados para o desenvolvimento da produção, incluindo um grande projeto de gás, “Jafura”. Paralelamente, a Aramco continua um programa de investimento ativo para expandir as capacidades de produção de petróleo e gás, mantendo uma estratégia de aumento da participação no mercado.

No geral, até o final de novembro de 2025, os mercados de energia globais permanecem em um estado de equilíbrio instável sob a influência de fatores divergentes. De um lado, o progresso nas negociações de paz e o fortalecimento da cooperação internacional (por exemplo, o aprofundamento da parceria entre a Rússia e a China) estão reduzindo o prêmio geopolítico nos preços e atenuando os riscos de interrupções. Por outro lado, barreiras de sanção e problemas estruturais em segmentos específicos (especialmente nos mercados de diesel e gás) continuam a apoiar déficits locais e alta volatilidade. Para os participantes do setor de petróleo e gás, é fundamental acompanhar de perto o andamento das iniciativas diplomáticas, decisões dos reguladores e grandes projetos de investimento – pois são esses fatores que irão determinar a futura dinâmica de demanda, oferta e preços no setor.

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