
Revisão detalhada dos eventos econômicos e relatórios corporativos de 26 de outubro de 2025: expectativas do Fed e do Banco do Japão, relatórios da Big Tech, petróleo em mínimas e ouro em máximas
O domingo, 26 de outubro, traz um relativo silêncio nos mercados globais; no entanto, é importante que os investidores mantenham a vigilância diante da nova semana. O foco está nas decisões que se aproximam dos principais bancos centrais (Fed dos EUA e Banco do Japão), que podem definir a direção dos fluxos financeiros globais. Ao mesmo tempo, a temporada de relatórios corporativos do terceiro trimestre continua: na fila estão as divulgações dos maiores gigantes da tecnologia dos EUA, capazes de impactar significativamente o sentimento do mercado. A dinâmica de preços das commodities continua contrastante: o petróleo se mantém em níveis mínimos nos últimos meses, enquanto o ouro atinge novos recordes, refletindo a crescente demanda por ativos de proteção. Nos mercados russo e europeu, o dia de descanso permite que os participantes do mercado reavaliem suas estratégias e se preparem para uma série de eventos importantes na próxima semana.
Calendário macroeconômico (MSK)
- Todo o dia — Europa: transição para o horário de inverno (ajuste dos relógios uma hora para trás).
- 18:30 — China: lucro total das empresas industriais (ano a ano, acumulado) para setembro.
Ásia: sinais da China e expectativas no Japão
- China: O lucro das empresas industriais de janeiro a setembro provavelmente permanecerá negativo, refletindo uma demanda interna fraca e pressão deflacionária. A ausência de sinais de recuperação pode levar Pequim a considerar novas medidas de estímulo econômico.
- Japão: A reunião iminente do Banco do Japão (no final da próxima semana) leva os investidores a agirem com cautela. O aumento da inflação intensificou as expectativas de um possível fim da política ultra-flexível. Qualquer sugestão do regulador sobre um aumento da taxa de juros ou uma mudança no controle da rentabilidade dos títulos afetará a cotação do iene e a dinâmica do Nikkei 225, portanto, a atividade em Tóquio antes da decisão do banco central será moderada.
Bancos centrais e política global: Fed, BCE e Banco da Rússia
- Fed dos EUA: Na reunião do início de novembro, o mercado espera pela manutenção da taxa atual (~5,5%) em meio ao arrefecimento da inflação e à desaceleração da economia dos EUA. No entanto, a retórica do Fed é crucial: quaisquer sugestões de Jerome Powell sobre o curso futuro — seja uma pausa prolongada ou preparativos para cortes na taxa em 2026 — afetarão significativamente os rendimentos dos títulos, a cotação do dólar e as avaliações das ações de crescimento.
- BCE: O Banco Central Europeu sinalizou na semana passada o pico do ciclo de aperto, mantendo as taxas inalteradas. A inflação na zona do euro ainda está acima da meta, portanto, o BCE pretende manter condições financeiras restritivas. Novos dados sobre o PIB e preços confirmarão ou refutarão a justificativa para esta pausa: uma desaceleração estável da pressão sobre os preços apoiará a decisão do BCE, enquanto um aumento inesperado da inflação pode reavivar conversas sobre o aumento das taxas.
- Rússia: O Banco da Rússia manteve a taxa de juros em 24 de outubro em um nível alto (de dois dígitos), continuando a luta contra a inflação e apoiando o rublo. Para o mercado russo, isso significa a manutenção de crédito caro, mas demonstra a determinação do regulador em conter o crescimento dos preços. Os investidores considerarão o sinal do banco central e os novos dados macroeconômicos (como os relacionados à indústria) em suas previsões sobre lucros corporativos e taxas.
Mercados de energia e commodities
- Petróleo: Os preços do petróleo permanecem sob pressão. O Brent se mantém em torno de US$ 65 por barril, enquanto o WTI está próximo de US$ 60, em mínimos de vários meses. As cotações são pressionadas pela expectativa de aumento da oferta e pela diminuição da tensão geopolítica no Oriente Médio, o que reduziu o prêmio de risco. Preocupações sobre a desaceleração da economia global e a fraca demanda também limitam o potencial de alta. Se a tendência de queda persistir, os países da OPEP+ podem discutir novas restrições à produção para estabilizar o mercado.
- Ouro: O ouro é negociado próximo de máximas históricas, superando US$ 4300 por onça. O metal precioso está experimentando um aumento na demanda como um "porto seguro" em meio à incerteza global e expectativas de uma política monetária mais flexível por parte do Fed. A queda nos rendimentos dos títulos e a desvalorização do dólar também apoiam o aumento dos preços. Muitos investidores estão usando ouro para hedgear riscos em seus portfólios.
Relatórios corporativos: Ásia e Rússia
- Índia: O conglomerado Reliance Industries relatou um crescimento de cerca de 10% no lucro líquido (ano a ano) para o período de julho a setembro. Resultados fortes das divisões de telecomunicações e varejo compensaram a volatilidade do segmento de petróleo e gás, fortalecendo a confiança dos investidores no negócio diversificado da empresa.
- China e Leste Asiático: Na China, a temporada de resultados corporativos está ganhando ritmo – grandes bancos estatais e gigantes da TI em breve divulgarão os resultados do terceiro trimestre. O mercado espera sinais sobre o estado do setor financeiro: um aumento dos empréstimos problemáticos ou uma desaceleração na receita dos líderes econômicos aumentará as preocupações sobre as perspectivas da República Popular da China. No Japão, muitas empresas do Nikkei 225 superaram as previsões para o semestre, apoiando a tendência de alta do mercado. Novos relatórios de corporações industriais e tecnológicas no início da semana mostrarão se essa dinâmica positiva se manterá.
- Rússia: Os maiores emissores russos divulgarão seus relatórios do terceiro trimestre próximo ao mês de novembro. A divulgação periódica de indicadores operacionais (produção, extração) pelas empresas de petróleo e gás e metalurgia ainda não trouxe surpresas. O mercado está usando a pausa para se preparar para lançamentos-chave: os resultados das "blue chips" esclarecerão o impacto da desvalorização do rublo e fatores externos nos negócios.
Relatórios corporativos: EUA e Europa
- EUA: O mercado americano não receberá novos relatórios no domingo, portanto, Wall Street faz uma pausa antes de uma semana movimentada. Após um começo ativo da temporada (os resultados já foram divulgados por grandes bancos e as primeiras empresas de TI), os investidores direcionam sua atenção para os principais lançamentos dos próximos dias. No foco, estão os resultados trimestrais da Big Tech: na terça e na quarta-feira, Alphabet (Google), Microsoft e Meta divulgarão seus resultados, e na quinta-feira será a vez da Amazon. Esses gigantes certamente estabelecerão o tom para o Nasdaq e o S&P 500: relatórios fortes aumentarão o apetite por risco, enquanto qualquer decepção de pelo menos um deles elevará a cautela e pode estimular a realização de lucros no setor tecnológico.
- Europa: Na Europa Ocidental, 26 de outubro é um dia de folga, portanto, o calendário corporativo está vazio. A partir de segunda-feira, espera-se uma onda de divulgação de resultados dos líderes do Euro Stoxx 50. Os investidores avaliarão os novos resultados do banco internacional HSBC, seguidos pelos relatórios de conglomerados industriais e montadoras do terceiro trimestre. Perto do meio da semana, vários dos principais bancos e seguradoras apresentarão seus números. Uma questão importante é como as altas taxas e a recessão econômica afetaram os lucros das empresas. A prevalência de surpresas positivas apoiará os índices europeus, enquanto decepções podem aumentar a volatilidade de ações e setores específicos.
Outras regiões e índices: Euro Stoxx 50, Nikkei 225, MOEX
- Euro Stoxx 50: Sem novidades no domingo, o Euro Stoxx 50, ao abrir a semana, se orientará pelo ambiente externo. Os investidores esperam sinais favoráveis, mas lembram que dados fracos dos EUA ou da China podem frear o crescimento.
- Nikkei 225 (Japão): Na segunda-feira, Tóquio reagirá às notícias do fim de semana. O Nikkei 225 cresceu nos últimos meses, impulsionado por relatórios corporativos fortes e fluxo de capital. Se não houver surpresas negativas abruptas (alta repentina do iene, dados fracos da China), a tendência de alta se manterá, embora a aproximação da reunião do Banco do Japão limite a atividade.
- MOEX (Rússia): Na abertura da semana, o mercado russo equilibrará fatores externos e internos. Um ambiente externo positivo (aumento dos preços dos metais, desescalada de conflitos) apoiará as ações, enquanto o preço baixo do petróleo e a alta taxa do banco central restringem o crescimento, especialmente no setor energético. O fundamento para a Bolsa de Moscovo permanece relativamente estável, mas quaisquer flutuações nas commodities ou notícias podem rapidamente corrigir sua dinâmica.
Resultados do dia: o que os investidores devem observar
- 1) Bancos Centrais: As decisões do Fed e do Banco do Japão nos próximos dias são gatilhos chave para os mercados. Qualquer sugestão do Fed sobre mudança de curso (uma pausa prolongada ou preparativos para cortes de taxa) se refletirá instantaneamente nos rendimentos dos títulos, no dólar e nas ações de crescimento. Da mesma forma, um sinal sobre o fim da política ultra-flexível do Banco do Japão causará flutuações no iene e uma reavaliação dos ativos japoneses.
- 2) Relatórios da Big Tech: Os resultados trimestrais de gigantes como Alphabet, Microsoft, Meta e Amazon podem deslocar o foco dos riscos macroeconômicos para tendências corporativas. É importante observar não apenas o lucro, mas também as previsões da administração. Relatórios fortes dos líderes do setor tecnológico apoiarão o Nasdaq e o S&P 500, enquanto uma falha significativa de pelo menos um deles aumentará a cautela e poderá levar à realização de lucros no setor de tecnologia.
- 3) Petróleo e Ouro: A prolongada queda nos preços do petróleo tem um efeito ambivalente. Combustíveis mais baratos reduzem custos e controlam a inflação (positivo para importadores de matérias-primas e para o mercado de títulos), mas diminuem as receitas de empresas de petróleo e gás e de países exportadores. Para os investidores com ativos de commodities, é importante entender se a atual queda nos preços é temporária ou reflete uma redução sustentada na demanda. Ao mesmo tempo, o ouro, que atinge preços recordes, sinaliza uma alta demanda por instrumentos de proteção — esse fator deve ser considerado ao equilibrar o portfólio entre ativos de risco e de proteção.
- 4) Gestão de Risco: A atual pausa deve ser utilizada para revisar o portfólio antes da potencial volatilidade. A frente está cheia de eventos-chave: reuniões de bancos centrais, relatórios de empresas de destaque, possíveis notícias geopolíticas. Ao estabelecer previamente limites de flutuações para as posições, ajustar stop-losses e considerar a proteção (ouro, futuros, moedas), os investidores poderão proteger melhor o capital contra choques inesperados do mercado.